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Lula errou: o Mandela é ele. Dilma é a Thatcher (de esquerda)

Na campanha, Lula tomou a iniciativa de comparar Dilma a Mandela.
publicado 03/11/2010
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Na campanha, Lula tomou a iniciativa de comparar Dilma a Mandela.

Lula quis enfatizar a trajetória de um líder guerrilheiro, encarcerado, que entra na batalha – vitoriosa – de uma democracia.

Na entrevista de hoje, no Palácio do Planalto – clique aqui para ver que ele fala de uma nova CPMF – Lula voltou a se referir, implicitamente, ao passado da guerrilheira.

E disse que aquilo que parecia assustar muita gente, para ele, Lula, era uma virtude.

O que, também, ajuda a comparar Dilma a Serra.

Serra saiu do Comício das Diretas com Jango direto para o Chile, com uma passagem cinzenta pela Imigração dos Estados Unidos.

Mandela saiu da cadeia para liderar uma revolução democrática que acabou com o apartheid.

Acabou o mandato, Mandela foi embora.

Foi ser Estadista e ajudar a combater a iniquidade mundo afora.

Foi o que Lula fez hoje.

Anunciou que vai embora.

Vai deixar a Dilma governar.

De novo, que contraste edificante !

Lula não será o corneteiro do FHC, que ficou na arquibancada a torcer pelo quanto pior melhor.

A jogar lenha no Golpe do PiG (*).

Clique aqui para ler o irretocável obituário que o Mino escreveu sobre o FHC, o homem corroído pelo fanatismo da ambição.

Lula passou o bastão, hoje.

Desencarnou do papel de Chefe de Estado e vestiu a toga de estadista.

A este ordinário blogueiro chamou a atenção, especialmente, o olé que Lula deu no Ministro Marco Aurélio de Mello.

Deselegantemente,  Mello atribuiu a Lula a culpa pelo papelão que o Supremo pregou na Nação, ao julgar a Lei da Ficha Lima.

Mello disse que Lula não indicou o substituto do Eros Grau e, com isso, provocou o impasse.

Lula disse, hoje, que não ia escolher o Ministro do Supremo em fim de mandato, sem consultar o presidente eleito – a Dilma ou o Serra.

E devolveu o Ministro Mello à sua ministerial insignificância.

Lula vai sair por aí.

Tomara que a Maria Inês Nassif tenha razão e ele vá para a África.

Levar o Bolsa Família, a Embrapa, o Minha Casa Minha Vida.

E quando encontrar o Mandela, rir muito às custas da vaidade do Fernando Henrique.

E a Dilma ?

Bom, na coletiva de hoje, ela assumiu.

Segura, firme, sabe os números, entende as sutilezas, foi hábil: o pré sal é um problema de hoje, do Presidente Lula e deste Congresso, disse ela.

E demonstrou, sobretudo, autoridade.

Firmeza.

Se o Lula é o Mandela, a Dilma é a Margaret Thatcher.

Bem entendido.

Como diz a Dilma: ela sempre teve “lado”.

O lado dela é o esquerdo.

Ela é a Thatcher do lado esquerdo.

Em tempo: Thatcher ficou onze anos no poder.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


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