Dilma votou certo na ONU: bombardear a Líbia, não !
Saiu no Globo:
Brasil, China, Índia, Rússia e a Alemanha se abstém e não aceitam o bombardeamento americano da Líbia.
O Brasil se absteve porque não acredita que bombardear Kadafi seja o melhor substituto para negociação e diplomacia.
Além disso, o princípio da "não intervenção" é um dos pontos centrais da política externa brasileira - desde sempre.
Se não, os americanos podem bombardear uma favela do Rio por causa do consumo de cocaína em Wall Street - que foi o que Bill Clinton fez para ocupar a Colômbia.
Os americanos purgam agora a parceria que fizeram com os serviços de inteligência da Líbia em busca de terroristas da Al Qaeda.
A Inglaterra abdicou de ter uma política externa independente dos Estados Unidos - seja o Governo Trabalhista ou Conservador.
A França exorciza o passado colonial e o presidente Sarkozy quer sair da forca com o pescoço do Kadafi.
O Brasil está noutra.
Não apoiou Mubarak meia hora antes de cair, como fez a Hillary.
Não finge que a Arábia Saudita é uma democracia.
E o Nunca Dantes reconheceu o Estado Palestino.
O Brasil está noutra, ao lado da China, da Índia e da Alemanha.
Depois a gente vê como a Líbia pode ficar igual ao Iraque.
Paulo Henrique Amorim