Nunca Dantes não deixou a Alca anexar o Brasil aos EUA
Saiu no Blog Amigos do Presidente Lula:
Nos 20 anos de Mercosul, Lula diz que ALCA (de FHC-Alckmin-Serra) era submissão.
Sábado (26), completa 20 anos da assinatura do Tratado de Assunção, que deu origem ao Mercosul.
Lula, em visita ao Uruguai, disse que valeu a pena lutar pelo Mercosul, e contra a ALCA (Acordo de Livre Comércio das Américas), uma tentativa dos EUA anexar o Brasil e todo o continente americano, lançada por Bill Clinton, e que FHC, Alckmin e Serra caminhavam bovinamente para o matadouro.
Ainda bem que Lula foi eleito em 2002, reeleito em 2006, e passou a faixa para Dilma em 2011, senão era "bye, bye, BraSil".
Saiu no Valor, pág. A2, análise de Sergio Leo, “Viúvas da ALCA erraram o alvo”;
A certa altura, diz Leo, depois de analisar a desastrosa aliança preferencial que o Chile e o Peru selaram com os Estados Unidos:
“... seria interessante saber como estariam os industriais e a balança comercial brasileira, caso os produtos americanos cotados em dólar desvalorizado competissem no mercado nacional sem tarifas de importação, como ocorreria se a ALCA estivesse em vigor”.
O Chile vende frutas e cobre para os Estados Unidos.
O Peru, petróleo, ouro, frutas e azeitonas.
Os Estados Unidos – sem a proteção da ALCA – são dos maiores compradores de produtos manufaturados brasileiros.
Leo mostra que, a depender do Farol de Alexandria, o Brasil seguiria a negociar a ALCA com os Estados Unidos – embora desconfiasse que era uma gelada – mas, só no fim, decidiria se interessava ou não.
Ou seja, se o Brasil quebrasse de novo (como quebrou três vezes na mão de FHC) e o Farol quisesse o terceiro mandato, o Clinton (aquele que desmoralizou o FHC em público e ele não reagiu) empurrava a Alca pela goela abaixo do Brasil.
Não foi à toa que o Nunca Dantes e seu excelente chanceler – Celso Amorim, que deu importante entrevista à BBC – detonaram a ALCA logo de saída.
Diz Leo: Amorim chegou ao cargo com a experiência da Rodada Uruguai da Organização Mundial do Comércio.
E viu que os Estados Unidos gostam muito de livre comércio – dos outros.
Agora, sem a faixa presidencial, o Nunca Dantes pode explicitar a tese que orientou a posição de seu Governo diante a Alca: os Estados Unidos queriam anexar o Brasil.
Como fizeram com o Chile, que se tornou uma vitrine do neoliberalismo.
Disse o Nunca Dantes no Uruguai: "A ALCA não era de integração soberana, mas de anexação subalterna".
Clique aqui para ler "Nunca Dantes no Uruguai: com os oprimidos e a democracia".
Cabe lembrar ao amigo navegante a primeira entrevista do Padim Pade Cerra, depois de anunciar oficialmente que era candidato (já derrotado) à eleição de 2010.
Foi na Associação Comercial de Minas, onde disse que ia fechar o Mercosul.
A loucura do Cerra – e dos tucanos de São Paulo – tem uma lógica: a anexação, tornar o Brasil um grande Porto Rico.
Não foi o Chico quem disse ?
O Cerra fala grosso com a Bolívia e fininho com os Estados Unidos.
Cabe lembrar, também, amigo navegante, que, enquanto o Nunca Dantes enfrentava a fúria do PiG (*) – que queria, porque queria ser anexado -, o Tony Palocci se ofereceu ao embaixador americano para lutar pela ALCA, contra a vontade do presidente e do chanceler do Governo a que servia.
Agora, Tony se dedica a derrubar o Mantega.
O Nunca Dantes deu um show na celebração da Frente Ampla uruguaia que levou os trabalhistas ao poder.
Ele só não faz sucesso no PiG (*).
Como dizia o Tom Jobim, no Brasil, o sucesso é uma ofensa pessoal.
(Ainda mais se você não falar inglês.)
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.