Argentina enterra Previdência de Macri

Bala de borracha, gás e jato d'água contra os manifestantes. Buenos Aires não é muito diferente de São Paulo... (Créditos: Joaquín Salguero/Página 12)
Sobre o levante da população argentina contra a reforma da previdência do presidente coxinha Mauricio Macri (uma espécie de Prefake de lá), o Conversa Afiada reproduz trechos de matéria do Página 12:
O pior momento para a gestão Macri
Dois anos e dois meses após seu triunfo eleitoral, a coalizão Cambiemos experimentou sua primeira grande crise de governo, ao autorizar uma brutal repressão que acabou por contribuir com o fracasso da sessão do Congresso convocada para aprovar a reforma da previdência.
A decisão de avançar com a votação terminou com dezenas de feridos por balas de borracha, ao menos 30 pessoas detidas e o presidente Macri a considerar aprovar a reforma via "Decreto de Necesidad y Urgencia" - uma medida provisória.
Desde a manhã de quinta-feira, os arredores do Congresso estavam ocupados por soldados - a maior presença de forças de segurança desde a crise de 2001. Pouco a pouco, começaram a chegar aos deputados as primeiras notícias da forte repressão com balas de borracha, gás de pimenta e as imagens dos feridos - entre eles, alguns deputados.
A sessão especial do Congresso estava marcada para as 14 horas, mas os manifestantes já se concetravam em certos pontos da cidade desde as 11. O grande objetivo do governo era garantir que 129 deputados comparecessem à sessão. O número seria o suficiente para garantir o início da sessão.
Não conseguiram alcançar o quórum.
O governo considera convocar uma nova sessão para a segunda-feira. Será uma possibilidade de reverter, ao menos em parte, a pior crise do governo Macri desde sua chegada ao poder.
Em tempo: o Página 12 é o principal jornal de oposição ao governo argentino e, justamente por isso, sofre pesada perseguição de Macri. Saiba mais em "Macri quer fechar jornal de oposição" e "Macri degola outro jornalista".