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Assessor de Trump anuncia invasão da Venezuela

Ajuda humanitária é o...
publicado 10/02/2019
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Do Globo Overseas:

'Transição na Venezuela é irreversível', diz Conselheiro de Segurança de Trump


Mauricio Claver-Carone é frequentemente descrito como o cérebro por trás da estratégia dos EUA que hoje mantém o regime de Nicolás Maduro na Venezuela contra as cordas. De origem cubana, mas nascido na Flórida, Claver-Carone passou seis meses como Conselheiro Nacional de Segurança para o Hemisfério Ocidental sob o comando do presidente Donald Trump.

Em entrevista ao Grupo de Diarios América (GDA), Claver-Carone fala de um “cerco humanitário” que acabará por dobrar o governo venezuelano. Ele insiste novamente, também, que todas as opções estão na mesa e descreve o momento atual como irreversível, que só terminará com a saída de Maduro do poder.

O presidente da Colômbia, Ivan Duque, vem na semana que vem a Washington para se encontrar com Donald Trump. Supõe-se que a questão da Venezuela estará no topo da agenda...
Absolutamente A relação entre EUA e Colômbia tem uma longa história, especialmente na luta contra as drogas e o terrorismo e, nesse sentido, a questão da Venezuela é relevante porque o regime de Maduro e seus capangas são a causa de múltiplos problemas de segurança devido à sua relação com grupos terroristas e o tráfico de drogas. É sobre isso que eles vão falar, assim como sobre a situação atual.

Qual o papel da Colômbia e do Brasil na resolução dessa crise na Venezuela? Ambos são governos de direita que acabaram de ascender ao poder e cuja posição tem sido mais agressiva do que a dos seus antecessores...
Tanto Duque quanto Jair Bolsonaro foram aliados-chave dos EUA neste tópico. Sem sua liderança, nos depararíamos com uma situação muito diferente. São também dois países que sofrem em primeira mão a crise de refugiados e a crise de segurança nas fronteiras. Eles estão expostos à má gestão que vem acontecendo há anos na Venezuela e ao apoio de grupos terroristas por Maduro e seus asseclas.

A ajuda humanitária prometida está chegando. Mas o mesmo dilema persiste. Como fazê-la entrar e chegar àqueles que precisam, se o governo de Maduro continuar a bloqueá-la?
Vamos continuar recebendo a ajuda e, de fato, vamos aumentá-la. Não só em Cúcuta, mas em muitos pontos na Venezuela. A ajuda entrará. Não é uma questão de saber se você pode entrar, mas quando. E quando isso acontecer, estaremos prontos para distribuí-la imediatamente. O que Maduro fez ao colocar esses obstáculos na ponte foi um desastre do ponto de vista das relações públicas, porque está impedindo a entrada daquilo que os venezuelanos mais precisam. As próprias Forças Armadas, seus membros, são famílias que precisam dessa ajuda.

O que o sr. está sugerindo quando diz que o auxílio vai acabar entrando de qualquer maneira?
Não vou entrar em detalhes. O que eu digo é que ela vai entrar e se digo isso é porque estamos nos movendo num caminho que é irreversível. Não só Juan Guaidó tem apoio nas ruas, mas os espaços financeiros estão sendo fechados internacionalmente para este regime. Quando você tem 30 pessoas bloqueando a entrada de alimentos e remédios esperados por 30 milhões, é uma luta perdida. É por isso que eu digo que é uma questão de tempo.

Há pessoas em Washington que já estão falando sobre a criação forçada de um corredor humanitário para entregar ajuda caso Maduro insistir em bloqueá-lo. É algo que eles estão pensando?
Não cabe a mim entrar em detalhes sobre estratégias. O que está vindo agora é que vamos cercar a Venezuela com ajuda humanitária. Isto é, uma espécie de cerco humanitário no qual estamos trabalhando com o Brasil, a Colômbia e o Caribe. Esse é o estágio em que estamos agora. Depois, chegaremos em outro estágio no qual definiremos o que fazer para entrar.

Faz quase três semanas desde que começou essa ofensiva contra Maduro e ele ainda está no poder. Existe um plano B para o caso de ele não cair e se manter na presidência?
O caminho pelo qual estamos passando é irreversível. Não há um único cenário em que Maduro e aqueles que se apegam ao poder possam governar na Venezuela e possam sobreviver à crise econômica e social que eles mesmos criaram e que agora é acentuada pelas sanções dos EUA e a pressão internacional da Europa e da América Latina. O reconhecimento internacional de Guaidó continua a crescer e isso também é irreversível. O mesmo acontece com a opinião pública. Segundo as pesquisas, 85% dos venezuelanos querem que ele saia e isso não vai mudar. A Venezuela já iniciou uma transição constitucional pacífica e a questão não é mais se Maduro aceita ou não essa realidade, mas quanto tempo levará para aceitá-la.

E caso Maduro decida convocar eleições presidenciais? Vocês apoiariam essa saída?
Maduro, como cidadão da Venezuela, poderia fazer essa oferta ao governo interino. Mas essa é uma decisão que corresponde a Juan Guaidó, que é quem deve definir os termos de uma eleição. Nós não reconhecemos Maduro como presidente, e da nossa perspectiva ele não tem autoridade para convocar nada.

O mundo entende que quando vocês dizem que “todas as opções estão na mesa” é porque também consideram uma solução militar para essa encruzilhada. É isso mesmo?
É o que o presidente (Trump) disse e a frase fala por si. Discutir situações hipotéticas não ajuda. Este é um exercício que fazemos a sério todos os dias e estamos prontos para responder a qualquer circunstância. (...)

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