Até a revista Forbes sabe: Lula ganha todas
Moro, Gebran, o que vocês estão esperando?
publicado
27/09/2017
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O Conversa Afiada reproduz trechos traduzidos de artigo da Forbes:
No Brasil, todo mundo é ruim - exceto Lula
O amado ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pode ter sido o chefe do governo quando a mais importante empresa do país, a Petrobras, foi saqueada por uma gangue de cleptomaníacos - mas isso não importa. Segundo os brasileiros, Lula não tem direito a um julgamento justo por parte do juiz Sérgio Moro por seu suposto papel no esquema de corrupção. Lula ganha o voto da simpatia.
O homem que já foi o presidente mais popular das Américas é feito de teflon: apesar das acusações e alegações feitas contra ele e sua equipe, dia após dias, nada gruda. Lula se mantém o homem mais popular do Brasil. Segundo pesquisas, nas próximas eleições, o povo escolheria ele e lhe daria um terceiro mandato, ao invés de escolher qualquer outro candidato.
A não ser que ele seja condenado, se Lula concorrer à presidência, ele será presidente.
Este é o elenco que irá disputar com ele desta vez:
Geraldo Alckmin, PSDB, governador de São Paulo. Já perdeu para Lula uma vez. Sua taxa de aprovação é de 13% - um ano atrás, era 26%, segundo o instituto de pesquisas IPSOS. Ele quer perder novamente?
O IPSOS conduz pesquisas políticas regularmente - são termômetros para a aprovação ou reprovação de presidenciáveis.
E o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles? Para os empresários, o ex-Social Democrata e dirigente do Banco Central de Lula seria uma combinação de experiência de mercado e independência política. Agora, em setembro, sua aprovação paira em 3%. Uma ano atrás, era apenas 10%. Já estava em apuros e, agora, é tão ruim quanto o presidente Michel Temer.
Temer não concorre. Apenas 2% dos entrevistados pelo IPSOS o aprovam como candidato. Sua taxa de desaprovação é de 94%.
Três outros nomes foram considerados como potenciais rivais de Lula:
Marina Silva concorreu à presidência em 2014. No passado, foi a ambientalista favorita de Lula e uma das estrelas do Partido dos Trabalhadores. Foi ministra do Meio Ambiente, mas virou a casaca por discordâncias quanto às políticas para agricultura e Amazônia e formou um novo partido à esquerda. Sua taxa de desaprovação em setembro do ano passado era de 53%. Agora, está em 60%. É um indício ruim - se ela não está sob os holofotes, nem citada em qualquer investigação, ela cai nas pesquisas por mérito próprio.
O ex-ministro da Suprema Corte, Joaquim Barbosa, foi presidente do tribunal no governo Lula. Seria o primeiro presidente negro do Brasil. Mas a aura de Barack Obama não faria qualquer efeito no país mais poderoso da América do Sul. Cerca de 41% dos entrevistados pelo IPSOS o desaprovam. Não é tão ruim quanto os outros três, mas é um salto de 25% desde o ano passado. Além disso, apenas 38% aprovam Barbosa hoje, de 50% em setembro de 2016.
São Paulo tem, agora, um novo prefeito do mundo dos negócios. João Doria, do PSDB, já foi comparado a Trump - mas a única semelhança é a origem independente e o fato de ser um empresário rico. Doria não é anti-establishment, mas o PSDB poderá se recusar a apoiar um novato. Ele teria que gastar o próprio dinheiro e atacar os nomes do próprio partido. O bi-perdedor José Serra (Lula e Dilma o derrotaram) declarou que deixaria o partido se Doria fosse o candidato, segundo a revista Veja.
Ainda que Doria fosse amado pelo partido, mais pessoas desgostam que aprovam. No total, 58% têm uma visão negativa, de 27% no ano passado. Sua desaprovação dobrou desde que assumiu a prefeitura. Apenas 16% o aprovam.
Há também Jair Bolsonaro, um democrata cristão que se assemelha em muito aos republicanos do sul dos Estados Unidos. Ama Deus, não gosta de gays, nem de programas sociais, usuários de drogas e traficantes. Quer que os brasileiros tenham direito a posse de armas. Bolsonaro tem uma taxa de desaprovação de 63%, em ascenção desde o ano passado, quando tinha 47%.
(Alguém deveria escrever um artigo que compare Bolsonaro a Trump e afirme que o brasileiro perde seguidores pois ele faz as pessoas lembrarem do presidente americano.)
Lula está sozinho.
Para alguns, Lula é o homem que governou o Brasil em seu melhor momento. Para outros, ele é o motivo pela atual crise.
A taxa de aprovação de Lula, um ano atrás, era de 30% - é sua base. Hoje, ele está em 40%. Ou seja, foi além de sua base.
A sua desaprovação caiu de 67% em setembro de 2016 para 59% este mês. É uma taxa alta, mas Alckmin, Meirelles, Bolsonaro e Marina têm números ainda maiores. Aécio Neves, o candidato tucano que perdeu para Dilma em 2014, é rejeitado por 89% do eleitorado e não tem absolutamente chance alguma de ser o presidente do Brasil.
O único nome que se aproxima da popularidade de Lula é o juiz Moro. Ainda assim, sua taxa de aprovação caiu de 55% para 48%. Ele não é candidato à presidência.
Tendo em vista esses nomes e as tendências das pesquisas: a economia do Brasil precisa decolar feito um foguete, ou Lula deve ser proibido de disputar as eleições. Se não...
Se os outros candidatos não subirem, Lula vence. Apesar de todo o barulho sobre a Petrobras, a aprovação a Lula sobe pesquisa após pesquisa.