Department of Justice se lambuza com o Pedro Parente!

Autoridades dos EUA são duras em comunicados sobre acordo da Petrobras 

As autoridades americanas estão anunciando com grande destaque o acordo fechado com a Petrobras, que pôs fim ao litígio relacionado às descobertas de corrupção na companhia, com declarações duras contra a estatal brasileira.

Em um longo comunicado, o Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos diz que o acordo demonstra o compromisso do FBI em investigar minuciosamente e fazer com que os responsáveis paguem por casos de corrupção liderados por "companhias internacionais que se aproveitam de nosso sistema financeiro [dos EUA] enquanto promovem propinas e fraudes em outros países".

"A pesada multa de US$ 853,2 milhões deve servir para dissuadir qualquer um que busque esse tipo de fraude no futuro", diz o diretor-assistente do FBI, Robert Johnson. "Esse caso prova que nenhuma companhia está acima da lei e que a corrupção, que ultrapassa fronteiras, não será tolerada nos Estados Unidos."

No caso da Securities and Exchange Commission (SEC), reguladora do mercado de capitais nos EUA, as atenções do comunicado ficaram em cima da capitalização realizada em 2010, que levantou R$ 120 bilhões à época, sendo US$ 10 bilhões só no mercado americano.

"A Petrobras, de maneira fraudulenta, captou bilhões de dólares de investidores dos EUA, enquanto seus executivos de alto escalão operavam um esquema expressivo de propinas e corrupção", afirma na nota o co-diretor da área de fiscalização da SEC, Steven Peikin. "Se uma companhia internacional vende valores mobiliários nos Estados Unidos, tem de fornecer informação fidedigna sobre suas operações de negócios."

Mas os comunicados não foram só críticas. O DoJ, por exemplo, agradeceu o apoio das autoridades brasileiras. Tanto que esse acordo de hoje depende ainda de um acerto com o Ministério Público Federal para o recebimento, no Brasil, de 80% do valor da multa, ou US$ 682 milhões.