Famílias indignadas: Macri submergiu
Presidente levou nove dias para falar do submarino desaparecido
publicado
25/11/2017
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Parentes prestam homenagem aos 44 tripulantes do submarino ARA San Juan, em Mar Del Plata (Créditos: Marcos Brindici/Reuters)
Sobre o caso do submarino argentino San Juan, desaparecido no Atlântico Sul desde o dia 15/XI, o jornal Página 12 - que, como já foi dito no Conversa Afiada, sofre pesada perseguição dos neolibelistas - revela o completo despreparo do coxinha Macri para lidar com a crise:
No nono dia, Macri falou do ARA San Juan
Após nove dias, o presidente da nação, Mauricio Macri, falou em público pela primeira vez sobre o desaparecimento do ARA San Juan. “O submarino estava em perfeitas condições”, assegurou o presidente em uma conferência no edifício Libertad, sede da marinha argentina. Em seu discurso, estava à direita do presidente o ministro da Defesa, Oscar Aguard, que optou novamente pelo silêncio, frente às duras críticas sobre a ineficiência de sua gestão e os pedidos de interferência por parte de vários setores da oposição.
(…) O presidente indicou que “não é o momento para sair atrás de culpados” e afirmou que, com a chegada da cooperação internacional, está garantida “a busca pelo submarino por todos os meios”. À esquerda de Macri estava Marcelo Srur, chefe da marinha, que parecia ser um bode expiatório escolhido pelo governo para pagar o pato pelo desaparecimento dos tripulantes a bordo do submarino (…)
Os deputados da oposição continuam a pedir que o governo dê explicações perante o Congresso Nacional. “Pedimos explicações do ministro da Defesa pois entendemos que há uma responsabilidade política. É pela necessidade dos familiares e da sociedade saberem o que aconteceu e por que não receberam as informações adequadamente”, afirmou o líder da coalizão FPV-BJ, Héctor Recalde. As bancadas do justicialismo e do peronismo também fizeram pedidos semelhantes.
A angústia e a homenagem
Como ocorreu após a tragédia da Cromañón e como, hoje, se passa a respeito de Santiago Maldonado, na entrada principal da base naval de Mar del Plata, familiares, amigos e vizinhos montaram um santuário de bandeiras argentinas, mensagens, orações e cartas de alunos das escolas locais que sonham com um milagre que resgate, com vida, os 44 tripulantes do ARA San Juan.
Entre as homenagens está aquela deixada por Malvina Vallejos: um álbum de fotografias de seu irmão Celso, integrante da tripulação do submarino. Malvina e seu pai Oscar formam parte do que chamam “Família da Marinha”. (…)
O santuário segue a crescer sobre o Boulevard Marítimo Peralta Ramos, em frente à base. Os vizinhos afirmam que as famílias “ainda aguardam que eles voltem com vida, apesar das últimas notícias”. (…)