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Macri, o neolibelês, quebrou a Argentina!

Um terço dos argentinos está na miséria!
publicado 21/01/2019
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Do Vermelho:

"Exemplo" para liberais, Macri entregará Argentina afundada na pobreza


Uma das promessas de campanha de Mauricio Macri na corrida eleitoral argentina de 2015 foi “pobreza zero”. A nove meses da próxima eleição presidencial, os números estão mais distantes da meta do que antes de ele chegar à Casa Rosada. A parcela da população do país classificada como pobre passou de 29,2%, no terceiro trimestre de 2015, para 33,6% no mesmo período de 2018.

Entusiastas das propostas ultraliberais de Macri apostavam que economia argentina iria decolar após anos de governo dos Kirchner, mas o entusiasmo inicial logo virou decepção e a economia começou a degringolar com barbeiragens na condução da política monetária e empobrecimento geral da população que vem sofrendo com os tarifaços da gestão Macri.

O efeito acabou sendo sentido em toda Argentina e, na comunidade de Los Piletones, uma da mais pobres de Buenos Aires, o resultado foi um aumento de 20% na demanda por comida no restaurante popular e uma redução de 30% nas doações que o sustentam. O estabelecimento oferece almoço e jantar de graça. É só entrar na fila.

Margarita Barrientos, responsável pelo restaurante de Los Piletones, é uma das ativistas sociais mais conhecidas da Argentina, principalmente por ser uma grande apoiadora do presidente Macri. Quando era prefeito de Buenos Aires, ele costumava doar parte de seu salário para o restaurante.

Apesar da proximidade e de afirmar que votará em Macri na próxima eleição, Margarita admite perceber no seu dia a dia o aumento da pobreza no país. Até junho do ano passado ela servia 2,1 mil refeições diárias. No segundo semestre teve de aumentar para 2,5 mil.

O sociólogo Juan Ignacio Bonfiglio, da Universidade Católica da Argentina, responsável pelos indicadores de pobreza, afirma que o número de pobres no país possivelmente cresceu ainda mais no fim de 2018, em decorrência da inflação acelerada e da consequente perda de poder de compra do trabalhador. Um alívio, entretanto, é esperado para os próximos meses, com os reajustes salariais. “Mas provavelmente não voltaremos à situação de 2017”, diz. “O nível de incertezas é elevado, mas não há um cenário para uma melhora significativa.”


Reprodução: Estadão/Vermelho

Além da crise econômica, Mauricio Macri iniciou o ano com uma crise de gabinete. Seu secretário de Energia, Javier Iguacel, deixou o posto logo depois de fazer o trabalho sujo. No final de dezembro, em uma coletiva de imprensa, anunciou uma alta nas tarifas de eletricidade e gás respectivamente de 55% e 35% — acima da inflação projetada na Argentina para 2019 —, pagou o custo político do descontentamento social e, um dia depois, renunciou. As más relações com seu chefe direto, o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, aplainou o caminho para sua saída apenas seis meses depois de assumir. No caminho, não suportou seu rebaixamento sem escalas de ministro a secretário em setembro, quando Macri decretou um plano de austeridade que eliminou 13 pastas do gabinete. No lugar de Iguacel assumirá Gustavo Lopetegui, que foi vice-chefe de Ministros e agora é homem de poder nas sombras.

A saída de Iguacel colocou em evidência as tensões em um Governo que chega ao último ano de gestão no pior cenário possível. 2018 não foi fácil para Macri e os argentinos: do crescimento prognosticado há 12 meses, o país sul-americano passou por uma queda do PIB que rondará os dois pontos. A inflação passou de uma expectativa de 12% para quase 50%, o peso perdeu metade de seu valor e aumentaram a pobreza e o desemprego. Em meio à crise, a Argentina recebeu do FMI um resgate financeiro de 57 bilhões de dólares. A situação não é boa, e Macri tentará a reeleição com a imagem extremamente desgastada. Por isso, o Governo decidiu dar todas as más notícias juntas, como o aumento de tarifas e uma alta de 38% no transporte público, que será efetivada em março.

Em tempo: sobre o neolibelismo, favor consultar o ABC do C Af.

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