Ministro (sic) do Turismo tolera assédio de brasileiros na Rússia

"Essa é rosinha" foi o grito menos ofensivo entoado pelos brasileiros. Mas não é nada, segundo o Ministro... (Reprodução/Facebook)
Da Revista Forum:
No sentido contrário ao de milhares de mulheres, ativistas e entidades, tanto brasileiras quanto russas, que manifestaram repúdio ao assédio praticado por um grupo de brasileiros durante a Copa do Mundo contra uma mulher russa, o ministro do Turismo brasileiro, Vinicius Lummertz, diminuiu a gravidade da situação. “Não morreu ninguém”, disse nesta terça-feira (26) em Moscou.
“(A repercussão foi grande) por causa das redes sociais, não pelo fato em si. Porque não morreu ninguém, ninguém foi assassinado. Perante o mundo real, eu entendo o simbolismo, mas o simbolismo não representa nada estatisticamente”, afirmou. Para Lummertz, o Brasil vive uma era de “intolerância com a falha humana” e o brasileiro deveria se preocupar mais com os “altos índices de violência”. A íntegra da fala do ministro do Turismo está disponível em uma reportagem do UOL.
“Despreparado”
Pelo Twitter, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que tem em seu mandato uma forte aproximação com a pauta dos direitos das mulheres, rebateu. “Esse despreparado não sabe q o assédio é parte da cultura de poder sobre às mulheres que faz o Brasil a ser o 5º país do mundo em feminicídios? Era o que faltava! Agora existe uma categoria de interesse turístico do governo chamada ‘turistas assediadores’? Menos vergonha por favor!”.
Esse despreparado ñ sabe q o assédio é parte da cultura de poder sobre às mulheres q faz o Brasil a ser o 5º país do mundo em feminicídios? Era o q faltava! Agora existe uma categoria de interesse turístico do governo chamada “turistas assediadores”? Menos vergonha por favor! pic.twitter.com/Jk7oobjXUQ
— Maria do Rosario (#LulaLivre) (@mariadorosario) June 26, 2018
Relembre o caso
Começou a circular no começo da semana passada um vídeo que mostra um grupo de torcedores brasileiros assediando uma mulher russa. Eles induziam a mulher a repetir frases de teor ofensivo e sexual em português, sem que ela entendesse uma só palavra. Os agressores foram identificados e até mesmo uma investigação contra eles na Rússia pode vir a ser aberta.