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Moro argentino pede a prisão de Kirchner

O que está em jogo é um acordo com o Irã que os EUA e Israel combatem
publicado 07/12/2017
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Juiz Claudio Bonadío na saída do tribunal (Crédito: Pedro Lazaro Fernandes/Clarín)

O Juiz Claudio Bonadío pediu, nesta quinta-feira, 7/XII, a prisão da ex-Presidenta da Argentina Cristina Kirchner.

A alegação é que ela encobriu cidadãos iranianos acusados de cometer um atentado à Associação Israelita Argentina (Amia), que matou 85 pessoas, em 1994.

Com isso, o Juiz também quer retirar o cargo de Senadora de Cristina Kirchner, que foi eleita em outubro.

Como no Brasil, senadores têm proteção de foro.

Amigo navegante analista dos labirintos da Política argentina explica:

- o Juiz Bonadío não passa de um Sergio Moro ou de Ministro Gilmar argentino;

- a ofensiva contra Kirchner é uma pirâmide: começou com as prisões do vice-presidente de Cristina e de seu Ministro de Obras Públicas;

- nenhum dos dois é santo, mas as prisões foram feitas sem respeito à Constituição;

- o que está sendo julgado é um acordo firmado por Cristina com o Irã, quando Presidente, muito criticado por Israel e EUA;

- no meio disso, morreu de forma inexplicável ainda hoje o procurador da República Alberto Nisman;

- Kirchner diz que ele se suicidou com um tiro na cabeça, Macri diz que ele foi assassinado: ninguém sabe;

- Nisman estava processando Kirchner pelo acordo com o Irã;

- esse processo ficou parcialmente arquivado, como também ficou a investigação sobre a morte de Nisman;

- essas duas histórias voltaram e o Juiz Bonadío quer prendê-la e destituí-la;

- na Argentina houve dois atentados contra a comunidade judaica nos anos 1990: um contra a Amia e outro contra a Embaixada de Israel.

A Argentina é um enigma preso num labirinto, que caiu num poço sem fundo.

Ou, apenas, um tango!

Amigo navegante que detesta palavras cruzadas

***

Em tempo: no Blog do Esmael Morais: "Em nota, PT condena ameaças a Cristina Kirchner e ao Estado de Direito na Argentina"

Em tempo²: no Pagina12, a resposta de Cristina Kirchner: "Me quieren callada y con la espada de Damocles sobre mi cuello"