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Povo argentino toma as ruas: fora, Macri! Fora, FMI!

Fracasso neolibelista faz Argentina se ajoelhar aos banqueiros
publicado 10/05/2018
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Manifestante em frente ao Congresso Nacional, em Buenos Aires, rejeita submissão argentina aos banqueiros do FMI nesta quarta-feira, 9/V. Crédito: Leonardo Miazzo

Milhares de trabalhadores e trabalhadoras da Argentina tomaram as ruas em torno do Congresso Nacional, em Buenos Aires, na tarde desta quarta-feira, 9/V, para gritar “não" aos tarifaços impostos pelo Governo de Maurício Macri e à volta do país ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em 2018, a taxa de inflação na Argentina vai ficar acima dos 20%. O preço do gás natural subiu mais de 50% em abril, o custo da eletricidade disparou mais de 40% e, em uma mesma semana, o Banco Central elevou três vezes a taxa de juros para tentar conter a desvalorização do peso frente ao dólar (em vão, claro).

É mais um fracasso da política neolibelista.

Não bastasse isso, o Presidente Macri anunciou na terça-feira 8/V que, depois de 12 anos, a Argentina voltará a se ajoelhar perante o FMI.

Em troca, como já era de se esperar, o FMI exige um pacote ainda mais duro de austeridade e a aprovação de reformas (sic), como a trabalhista.

“A volta da Argentina ao FMI é um grande fracasso que demonstra, às claras, o que o nosso país enfrenta por parte do Governo. Recorrer ao FMI novamente é entregar os interesses e a vontade do povo a um organismo internacional. A Argentina e o seu povo pagaram um preço muito alto para sair justamente de todas as condições que o FMI sempre impõe às economistas emergentes, como a Argentina", afirmou, em entrevista exclusiva ao Conversa Afiada, Victor Santa Maria, sindicalista peronista e dono do jornal Pagina 12 (o único diário progressista na Argentina).

Na prática, a solicitação de crédito que a Argentina fez ao Fundo é no modelo stand-by, ou seja, está condicionada a um conjunto de contrapartidas. A entrega desses recursos será feita em parcelas, que dependem de análises e revisões feitas pelos banqueiros.

Por tudo isso, trabalhadores (sindicalizados ou não), estudantes e cidadãos de todas as idades tomaram as ruas que desembocam no prédio do Congresso Nacional.

Conversa Afiada esteve na manifestação e oferece ao amigo navegante algumas imagens e depoimentos que a reportagem colheu:




 

 

 



 

Leonardo Miazzo