Rússia avisa aos EUA: intervenção, não!
Abrams foi escalado para entrar com tropas e tudo! (Crédito: Manuel Balce Ceneta/AP)
O enviado do Governo Trump para a Venezuela disse que Estados Unidos e Rússia continuam divididos sobre como resolver a crise no país latinoamericano, após conversas na Itália.
O enviado especial Elliot Abrams se encontrou com o vice-Chanceler russo Sergei Ryabkov na terça-feira em Roma.
Abrams disse a repórteres: "nós não chegamos a um consenso", mas saímos da reunião com uma melhor compreensão do que pensa o outro lado.
Ele disse que é "perfeitamente plausível" que os dois lados se encontrem novamente, mas nenhuma data foi definida.
A Rússia apoia o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e acusou Washington de interferir nos interesses venezuelanos ao pressionar pela queda de Maduro e pela transferência do poder ao líder oposicionista Juan Guaido.
Falando à imprensa russa, Ryabkov enfatizou a necessidade de dialogar com os EUA, mas advertiu Washington contra a intervenção militar.
Em tempo: em fevereiro, a Al Jazeera publicou um perfil de Elliot Abrams. O Conversa Afiada reproduz um trecho:
(...) Abrams é um ex-diplomata que serviu como vice-secretário de Estado durante a administração Reagan, nos anos 1980. Um neoconservador, Abrams defende um papel intervencionista para os EUA. Serviu também no governo de George W. Bush, primeiro como especialista em políticas para o Oriente Médio e, depois, como assessor estratégico.
Abrams esteve envolvido em ações controversas na América Latina. Em 1991, ele declarou-se culpado de mentir ao Congresso sobre o envolvimento do governo Reagan no auxílio aos paramilitares da Nicarágua - o caso "Irã-Contras".
No início dos anos 1980, Abrams tentou acobertar o massacre de indígenas na vila de Mozote, em El Salvador. Cerca de 1.000 homens, mulheres e crianças foram mortos por soldados do Batalhão Atlacatl - uma unidade de elite treinada pelos EUA.
Há ligações, também, entre ele e a tentativa de golpe contra Hugo Chávez, na Venezuela, em 2002.
Em tempo²: Abrams esteve envolvido em ações controversas na América Latina. Em 1991, ele declarou-se culpado de mentir ao Congresso sobre o envolvimento do governo Reagan no auxílio aos paramilitares da Nicarágua - o caso "Irã-Contras". Ele foi condenado a uma multa de 50 dólares, 100 horas de serviço comunitário e dois anos em liberdade condicional. O presidente George Bush (pai) perdoou Abrams pelo caso.
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