Vice de Obama confessa que interferiu na Justissa... da Ucrânia
Na sede na Madison Avenue, Murrows, desembagrinhos, dalanhóis... quá quá quá!
Obama VP Joseph Biden brags about how he rigged the judicial system of another country. pic.twitter.com/BC4u7AUPHB
— Julian Assange ⌛ (@JulianAssange) January 27, 2018
"Na 12ª ou 13ª que fui a Kiev eu deveria anunciar que havia outro empréstimo de US$ 1 bilhão garantido e eu havia obtido um compromisso de Poroshenko e de Yatsenyuk de que eles tomariam alguma atitude contra o promotor, mas eles não fizeram nada! Então eles estavam a caminho da entrevista coletiva e eu disse: "eu não vou dar... nós não vamos dar US$ 1 bilhão a vocês". E eles disseram: "Você não tem autoridade! Você não é o Presidente". Eu disse: "Não vamos dar US$ 1 bilhão!". E eu vou embora daqui em 6 horas e se o promotor não for demitido você não vai receber o dinheiro! Ah, filho da ****... ele foi demitido e colocaram em seu lugar alguém que era bastante sólido, à época..."
Nessa declaração, o Vice-Presidente dos EUA na era Barack Obama, Joe Biden, se refere a Pyotr Poroshenko, Presidente da Ucrânia, e Arseny Yatsenyuk, ex-Primeiro-Ministro do país.
Essa entrevista coletiva data de março de 2016, quando Biden foi até a Ucrânia para, oficialmente, discutir a situação do país e finalizar os termos de um empréstimo bilionário que os EUA fariam a Poroshenko.
Como se percebe, Biden usou esse empréstimo para chantagear os ucranianos e forçar a demissão de Viktor Shokin, o promotor citado acima. Ele foi demitido em 29 de março daquele ano.
Segundo o Sputnik News, essa não foi a única vez que Biden se vangloriou por ter interferir nos assuntos da Ucrânia. No livro "Promete-me, Papai: Um ano de esperança, dificuldade e propósito", publicado no ano passado, ele revela que exigiu a renúncia do então Presidente ucraniano Viktor Yanukovich em 2014.
Diz, também, que tinha a incumbência de controlar os rumos de Poroshenko após a sua ascensão ao poder - período marcado pela expulsão de Yakunovich do país.
De acordo com o Sputnik News:
A Ucrânia estava longe de ser o único país pressionado por Washington naquele momento. Durante a reunião de terça-feira, Biden também revelou que a administração dos EUA "gastou tanto tempo no telefone, certificando-se de que todos, de [ex-presidente francês François] Hollande [ao antigo primeiro-ministro italiano Matteo] Renzi, "não se afastariam" de sanções anti-russas.
A Europa inicialmente tentou evitar a campanha de sanções contra Moscou, disse o ex-vice-presidente americano. Ele também acrescentou que a chanceler alemã, Angela Merkel, foi praticamente a única líder europeia importante que "foi forte o suficiente para ficar ao lado" dos EUA nesta questão, mesmo que ela "não gostasse" e apoiou Washington apenas "relutantemente".
A propósito da interferência dos EUA em países pretensamente soberanos, não deixe de ler no Conversa Afiada o relato de Brian Mier, jornalista do Brasil Wire, sobre a "cooperação" entre a força-tarefa da Operação Lava Jato e o Departamento de Estado norte-americano, com o objetivo de abrir caminho para uma violenta onda do neolibelismo na América Latina...
Em tempo: Biden estava em casa. Esse Council on Foreign Relations é um think-tank que fica em Nova York onde se formulam estratégias da politica externa americana. Foi por muito tempo uma espécie de Casa das Garças da família Rockefeller. Um Instituto Millenium... O Council edita a revista Foreign Affairs, que, no ultimo número, tem um artigo sobre como enfrentar o Kremlin, inclusive na Ucrânia, assinado por... Joe Biden!