Chauí: sem comunicação não há democracia ? E o que fazer ?
A Caros Amigos de dezembro tem excelente entrevista com a professora Marilena Chauí.
Primeiro, ela faz um diagnóstico implacável da campanha do Serra.
Enquanto o PiG (*) ignorou, deformou e criminalizou a campanha da Dilma, o PiG (*) deixou de mostrar fato extraordinário: como Serra se auto-destruiu.
Desde a escolha do vice, ao zigue-zague sobre como tratar o Lula - pró ou contra ?
Chauí mostra que o PiG (*) tentou usar o "dossiê" contra a Dilma e escondeu o fato elementar e solar: o "dossiê" do Amaury sobre a filha do Serra e o Daniel Dantas foi obra do Aécio para detonar o Serra, se preciso fosse.
(A linguagem da professora Chauí é outra. Aqui, este ordinário blogueiro tenta reproduzir as ideias dela, com as próprias palavras. Recomenda-se ir ao original !)
Sobre o aborto - bandeira inglória de que Serra se apossou -, Chauí lembra que ele entrou na campanha pelas maos da Blá-blá-Marina, a queridinha do PiG, ela que é contra Darwin.
Chauí faz uma revelação interessante.
Na batalha pela posse de Jango, em 1961, o então presidente da UNE fez um discurso cuja essência era a luta armada.
Tratava-se de José Serra.
Como diz este ordinário blogueiro: Serra é um ex-tudo.
Porém, o mais dramático da entrevista de Chauí é a parte sobre Comunicação.
Ela repete a tese "Sem comunicação não há democracia".
E defende a regulação.
Todo país do mundo que se leve a sério regula o PiG.
Como o aborto.
Os países mais católicos do mundo - Portugal, Espanha e Itália - legalizaram o aborto.
Aqui, o Serra tomou do Bush o estandarte do aborto ... mas, no Chile pode (isso é de autoria deste ordinário blogueiro).
A partir da regulação da mídia, Chauí não tem como avançar.
Ela admite que o presidente Lula passou oito anos sem enfrentar o PiG.
O PT não tem política de comunicação, diz Chauí.
O PT tem medo e pede esmola à Globo.
O Palocci é colonista (**) do Globo.
Agora, o PT não sabe para onde vai.
Não se conhece um grama de uma política de comunicação do PT, do Lula, ou da Dilma.
E , como diz o Conversa Afiada, a Classe C que o Lula levou para o Paraíso, sem uma política de comunicação, em 2014 vota no Berlusconi.
O Conversa Afiada, porém, sabe o que fazer.
Recomenda à presidente Dilma que tenha uma conversa com o professor Fábio Comparato.
E mande o Advogado Geral da União dar um parecer favorável para que o Supremo tenha a coragem de punir o Legislativo por Omissão.
Desde 1988, o Legislativo, com medo da Globo, não regula os artigos da Constituição que tratam do monopólio e da programação, especialmente a programação regional.
Com uma política de regionalizacao da tevê aberta, desmorona-se o "modelo de negócios" da Globo.
E se começa a quebrar o monopólio.
Comparato é um bom começo de conversa.
Para o partido que esteve oito anos no poder e ficará mais quatro sem ter uma política de comunicação.
Viva o Brasil !
Viva a professora Chauí !
Viva o professor Comparato !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.