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Classe C pode eleger o Piñera, depois da Dilma. Ley de Médios já !

As classes médias brasileiras parecem incapazes de perceber que sua fantástica ascensão é o resultado da política de Lula
publicado 14/08/2010
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Este Conversa Afiada discutiu recentemente o papel da Classe C na eleição – “A Classe C vai eleger a Dilma e, depois, o Berlusconi ?”

E o que pode vir depois: a mesma Classe C eleger um Berlusconi.

Essa reflexão nasceu de uma conversa com o  meu cunhado, o Dany, que, na sequência, ofereceu outras ponderações a partir do exemplo chileno.

Aqui vai o e-mail que ele me mandou. (A tradução não é ao pé da letra.)

As classes médias brasileiras parecem incapazes de perceber que sua fantástica ascensão é o resultado da política de Lula e que, de um golpe, as próximas eleições (ou as que se seguirem) podem reservar dolorosas surpresas.

Eu acrescento um caso clinico dos efeitos desta despolitização num país vizinho do Brasil.

No Chile, a presidente de esquerda, Michelle Bachelet desfrutava de uma aprovação próxima de 70%.

Ela adotou uma política keynesiana corajosa em pleno contexto ultraliberal (*) e melhorou significativamente a sorte das classes médias, além de fortalecer serviços públicos como a Educação e a Saúde.

Porém, o candidato de esquerda à sucessão de Bachelet foi derrotado por um golden boy, Sebastián Piñera.

Piñera é admirador de Berlusconi e de Menen, se envolveu em vários escândalos, é proprietário (**) da Lan Chile, da cadeia de televisão Chilevision, e detentor de fortes participações no Colo-Colo, lendário clube de futebol chileno, e em quase todos os setores imagináveis da economia chilena: construção civil, fundos de pensão, postos de gasolina, bancos, vinhedos, telefonia, seguro saúde etc.

Evidentemente, logo que assumiu Piñera trouxe para o Governo antigos colaboradores do regime de Pinochet.

Bachelet simplesmente se esqueceu de que o desenvolvimento econômico não basta.

É importante formar e informar (***) a população, ou seja, politizá-la, para que possa perceber com clareza onde estão os seus verdadeiros interesses.

Acho que vale a pena meditar sobre isso, no Brasil.

Até o próximo bacalhau e, sobretudo, uma boa caipirinha.

Abraços

Dany


Em tempo: o Brasil já tem o seu Piñera. O “brilhante” Daniel Dantas. Mas, talvez, antes das eleições de 2014, ele passe a ver o sol nascer quadrado.


(*) Como se sabe, o ultra-neo-liberalismo de Serra e FHC nasceu dos “Chicago Boys” do Pinochet. (PHA)

(**) Piñera cumpriu compromisso de campanha e vendeu as ações que tinha na Lan Chile.

(***) É por isso que, ou a Dilma ou faz uma Ley de Médios, ou dança. Ela não é o Lula, que levou o PiG (****) no bico.

(****)
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.