Caças da Boeing: PiG começa a genuflexão
Um descuido com o motorista de taxi e acabei entre Platão e Sócrates, na CBN.
Merval Pereira discorria sobre a sábia decisão da presidenta de escolher os caças da Boeing, os F-18.
O que, evidentemente, é ainda uma hipótese.
O exercício de genuflexão manifestou-se com incontida exaltação, quando Platão e Sócrates vislumbraram uma mudança na política externa brasileira.
Celso Amorim teria sido substituído por aquele que tira o sapato.
Os próprios Platão e Sócrates deram os motivos por que a JK de saias (ela vai inaugurar uma obra toda terça-feira) poderia preferir os aviões da Boeing e não mais os franceses.
A Boeing daria à Embraer a possibilidade de participar do projeto de produção dos F-18 e fornecer peças, com exclusividade, made in Brazil.
Se, antes, a proposta americana, era de “porteira fechada”, agora a Boeing e o Ministério da Defesa americano abririam a caixa preta tecnológica.
A Embraer participaria, portanto, dos projetos de desenvolvimento do F-18.
(Os Estados Unidos e a China já têm um F-20.)
Além disso, os Estados Unidos poderiam passar a apoiar o pleito de o Brasil (para desespero do PiG (*) ) ter um assento no Conselho de Segurança da ONU.
(O Estadão, por exemplo, é contra).
Além disso, dizem Sócrates e Platão já no genuflexório, o Brasil teria apoiado os Estados Unidos ao pressionar a China para valorizar a moeda.
Interessante.
Primeiro, o Nunca Dantes e a presidenta não se cansaram de dizer que a China precisava pôr fim a essa “manipulação cambial”.
Portanto, tanto se pode dizer que o Brasil apoiou os Estados Unidos, como querem os filósofos gregos, como dizer que os Estados Unidos apoiaram o Brasil.
Se a presidenta se inclinar pelo caça da Boeing é porque a Boeing cedeu.
A Boeing atendeu às exigências do Brasil.
E, não, o contrário.
O Brasil pode ser uma meia-China para o Obama.
Quando o Hu Jintao foi aos Estados Unidos, entupiu o Obama ao anunciar que ia comprar 200 aviões da Boeing e fazer encomendas de US$ 45 bilhões.
O Obama precisa desesperadamente de emprego.
A JK de saias pode arrumar alguns.
Como, agora, quem cuida disso é o Ministro da Indústria, o Fernando Pimentel – clique aqui para ler “O que faz o Johnbim ?” -, ele, certamente, saberá extrair para a industria brasileira as melhores oportunidades com a Boeing.
Este Conversa Afiada deve uma inútil explicação.
Ele preferia os caças franceses.
Porque os americanos não abriam a caixa preta e porque os franceses atrelavam os çacas a tecnologia nuclear.
E este ansioso blogueiro acha que o Brasil deve ter submarinos nucleares, usinas nucleares e bomba atômica.
Agora, situação difícil, se vê, é a da colonista (**) Eliane Catanhêde.
Ela entende muito de AR e, como se sabe, achava os caças suecos uma 9ª. Sinfonia.
Se ouvisse o Sócrates e Platão na CBN, verteria lágrimas de desgosto.
Agora, se o Sócrates e o Platão acham que o Patriota vai tirar os sapatos ...
A presidenta gosta mesmo é de defender o interesse nacional brasileiro.
Ela e o Nunca Dantes.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.