Prêmio Comupigue-se: vai faltar bola para a Copa
Os amigos navegantes não se deram conta, mas, por esses dias, houve uma cerimônia do Oscar em São Paulo.
Foi a entrega do Prêmio Comupigue-se de Jornalismo Golpista.
É uma celebração ao neto de Jacó, Onã, do Velho Testamento, em que um membro do PiG (*) acarinha outro membro do PiG (*).
Todos os premiados do Comupigue-se decretaram nesta quinta-feira que não vai ter Copa.
Vai faltar apito, bola, bandeirinha de corner.
(Quando na verdade, só não vai ter seleção, essa seleção do Galvão e do Ricardo Teixeira.)
Nesta quarta-feira, o Ministro dos Esportes e a Ministra do Planejamento expuseram números para indicar que as obras seguem em ritmo OK.
Provavelmente, a Alemanha e a África do Sul, a essa distância do evento, não estavam tão adiantadas.
O presidente da Embratur, Flavio Dino, por exemplo, se prepara para extrair da sucessão de eventos, que vão da Copa às Olimpíadas, o máximo de exposição para um Brasil que é lindo e competente.
Mas, os membros do Comupigue-se não se convencem.
Eles anunciam a catástrofe para um ponto no futuro longínquo.
Quando o futuro longínquo chegar e a catástrofe não se materializar, os órgãos do PiG (*) e o membros do Comupigue-se já terão perdido o vigor.
A primeira página do Globo é exemplar: “Copa: 64% das obras não sairam do papel”.
O texto interno é ainda mais assustador: “Em câmera (muito) lenta”.
Sobre o recuo da Justiça, que voltou a autorizar as obras no aeroporto de Guarulhos, discreto destaque.
O PiG (*) e os agraciados pelo Comupigue-se serão convidados a se retirar do Brasil durante a Copa.
Deveriam ir para Miami.
Aqui, vão dar azar.
(E sorte, muita sorte é do que a seleção do Galvão vai precisar.)
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.