Globo ignora Calmon na polêmica com Peluso
Saiu no jornal nacional reportagem sobre a polêmica entre Cezar Peluso e Eliana Calmon – que permitiu que o sol brilhasse e desinfetasse – sobre se o Conselho nacional de Justiça deve ou não investigar juízes.
O jornal nacional ignorou o “outro lado”.
Deu plena voz a Peluso, que quer “garantir seu bom funcionamento” (do CNJ), desde que não investigue os juízes.
Antes: Peluso quer o impossível.
Que as corregedorias dos tribunais investiguem os juízes.
Elas não fazem isso, nunca, segundo Estadão.
Portanto, estabelecer a sequência – primeiro, o CNJ investiga a corregedoria, depois os tribunais e, para as calendas gregas, os juizes suspeitos – significa, apenas, não querer que o CNJ chegue aos suspeitos.
Que o CNJ naufrague antes – em nome da eficiência e da Lei.
Desde que naufrague.
O jornal nacional naufragou o “outro lado”.
Peluso falou mais do que a Fátima Bernardes.
A Corregedora do CNJ, a Ministra Eliana Calmon, que desafiou o Presidente do Supremo ao dizer – e não se retratar - que há bandidos que se escondem atrás da toga – essa, coitada, não apareceu.
Eis aí, amigo navegante, um Supremo momento da Democracia brasileira.
O Poder Judiciário continuará tão transparente quanto o Vaticano – como pretende Peluso -, ou vai se submeter à faxina – como pretende Calmon.
Se depender do jornal nacional, Calmon e a faxina serão varridos para debaixo do tapete.
O que esperar do jornal nacional, amigo navegante ?
Em tempo: notável repórter do Bom (?) Dia fez o mesmo que o jn: apagou Eliana Calmon da fotografia, como Stalin fazia com os que transferia para hotéis de luxo na Sibéria.
Paulo Henrique Amorim