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Cerra quis demitir Inês Nassif. Ela saiu antes

No espetacular relançamento do Privataria Tucana soube-se de outra tentativa do Cerra de cercear a liberdade de expressão
publicado 22/12/2011
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No espetacular relançamento do Privataria Tucana, no Sindicato dos bancários - Aqui para ler -  soube-se de outra tentativa do Cerra de cercear a liberdade de expressão.

Provocada por este ansioso blogueiro, Maria Inês Nassif, a excelente analista política, confirmou que Cerra pediu a cabeça dela.

Nassif aplicava uma dose semanal de brilho e talento no jornal Valor, do PiG (*).

Produtos hoje escassos no mesmo periódico, de resto, diariamente empenhado que em provar que a Economia do Brasil é uma derrota.

(Como se os empresários a que se dirige não soubessem de outras fontes...)

Cerra ligava para os donos do Valor para argumentar que o Valor, um jornal de Economia, não tinha nada que analisar a Política …

Um jenio !

E, na esteira do raciocínio franquista, ele pedia a cabeça da Inês.

No Sindicato dos Bancários, Inês observou: saí antes que ele me cortasse a cabeça.

Inês está hoje na Carta Maior, onde deve, obrigatoriamente, ser lida.

E foi este campeão da liberdade de imprensa dos patrões que saiu hoje no Globo a atacar a Ley de Medios, quando, na verdade, agradeceu a blindagem que o PiG lhe conferiu, diante dos documentos irrefutáveis da “Privataria  Tucana”

A propósito deste campeão da liberdade de imprensa dos patrões, Fernando Brito escreveu excelente post no Tijolaço.

(Sobre o “estresse tucano”, Brito, foi mais do que “estresse”. O Cerra ia para o pau, mesmo, na tentativa de agredir um deputado aecista):

A fúria do acuado



José Serra sentiu o livro, embora diga que o que há o “A Privataria Tucana” seja “lixo, lixo, lixo”


O artigo que publica hoje em O Globo (restrito aos assinantes, mas reproduzido aqui), embora não lhe fuja da tradição “bolinha de papel” serrista de imputar autoritarismo  a quem o aponta como partícipe – e, nas palavras de FHC, um dos principais artífices – do criminoso processo de privatização brasileiro,  adquire um tom megalômano que só aos que estão submetidos a situações transtornantes podem ter, sobretudo quando estão tão fracos como está o ex-líder tucano.


Aponta uma conspiração continental – não sei o que me faz lembrar do “comunismo internacional” a quem se acusava de estar por trás da maré nacionalista dos anos 60, da qual Serra participava – como pretendendo calar os adversários, intimidá-los, devassá-los e aniquilá-los:


“O PT e seus aliados continentais têm tratado do tema (de supostas restrições à liberdade de imprensa) de modo bastante claro, em todos os fóruns possíveis. Seria a luta contra o “imperialismo midiático”, conceito que atribui toda crítica e contestação a interesses espúrios de potências estrangeiras associadas a “elites” locais. Um arcabouço mental que busca legitimar as pressões liberticidas. Um fascismo (mal)disfarçado”.


Não imagino o que o senhor José Serra possa chamar de “fascismo (mal) disfarçado senão, por exemplo, fatos como o jornal em que ele escreve ter omitido a seus leitores a informação, fática, de que ontem se protocolizou um pedido de CPI sobre o processo de privatização do qual ele foi um dos “big men”.


Ele ataca, por exemplo, a decisão soberana do legislativo (eleito) argentino de aprovar projeto da presidenta (recém-reeleita, por larga margem) daquele país estabelecendo que a produção de papel de imprensa é de interesse social, sem dar um pio sobre o fato de que o Estado argentino, durante anos e anos, subsidiou com sua participação acionária a produção deste papel os grupos privados mais lucrativos de comunicação.


Se o PT merece críticas é justo pelo contrário, por ser leniente e temeroso com a responsabilização dos que lesaram o Brasil, dissipando, em troca de nada (nada público, ao menos), patrimônio que gerações de nossos antepassados construíram.


A liberdade de imprensa não pode ser para massacrar uns e silenciar sobre outros. Se descaminhos no atual Governo merecem ser apontados, não há razão legítima para que não se os aponte em outros, dos quais o Sr. Serra foi elemento central e seu representante eleitoral.


Em matéria de investir contra empresas de comunicação, o Sr. José Serra não tem do que falar e, ao contrário, a independência de um colunista, no mesmo O Globo, o aponta como feroz atacante de um, “O Estado de Minas”, que não lhes “dá a cabeça”, como outros veículos o fazem, dos que se atrevem a desagradá-lo.


Ou a disputar-lhe, como fez o Sr. Aécio Neves, a posição de príncipe tucano, condição da qual Serra se considera, por direito hereditário, detentor sempre legítimo. Mesmo já destronado, o banzo da coroação que jamais teve domina sua mente ressentida.


A coluna de Ilimar Franco vai no post reproduzida, para que se possa ser como os atos de Serra desmentem as palavras de Serra.


O senhor José Serra, intolerante por natureza e autoritário pelo poder político que um dia representou, está acuado e, por isso, feroz.


Não precisa sequer ser provocado por uma imprensa que não lhe é hostil, não o questiona e não apura os fatos aos quais  está- como relata o “A Privataria Tucana” – envolvido.


O desespero que lhe aflige é o do rei ao qual o menino grita estar nu.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.