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Cerra não soma: divide

O Vasco enviou este trecho de editorial, com uma charada: onde saiu a devastadora análise contra o Cerra?
publicado 27/03/2012
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O Vasco está em algum ponto do Golfo de Bengala para vigiar o que o PiG (*) vai dizer da Dilma na reunião dos BRICs, em Nova Delhi.

(Clique aqui para ler “Dilma só faz subir, como um foguete; ela só cai no PiG (*)”.)

Enquanto lê o Canto V dos Lusíadas, o Vasco enviou ao ansioso blogueiro este trecho de editorial, com uma charada: onde saiu a devastadora análise contra o Cerra ?

O Cerra, a essa altura, já deve ter telefonado para pedir a cabeça do editorialista.

O ansioso blogueiro publica o trecho acima referido e transfere a pergunta ao amigo navegante: quem seria capaz da ousadia de confirmar aquilo que o ACM dizia: o Cerra não soma: divide:

O PSDB se saiu duplamente mal da prévia - a primeira de sua história - para a escolha do seu candidato à Prefeitura da capital. Em primeiro lugar, depois de um processo tortuoso, a começar da quizília sobre quem teria direito de participar da votação, e terminando com o adiamento do ato para acomodar os interesses do ex-governador José Serra, que anunciou com a invariável demora a sua intenção de disputar a indicação partidária - e que não queria prévia nenhuma.


Apenas pouco mais de 6 mil filiados, entre 21 mil aptos a votar, deram-se ao trabalho de comparecer. Um certo número deles, aliás, como registrou este jornal, foi como que empurrado pelos cabos eleitorais dos candidatos a exercer a sua militância, com transporte garantido e a atração de um churrasco domingueiro. Coisa de legenda da velha escola na agremiação que parece ter ficado obsoleta antes de ver realizados os seus ideais renovadores.


O segundo resultado constrangedor foi a própria vitória de Serra. Brigando pela candidatura com dois tucanos, o secretário estadual de Energia, José Aníbal, e o deputado estadual Ricardo Tripoli - dois outros, o secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas, e o de Cultura, Andrea Matarazzo, saíram da parada assim que Serra entrou -, ele não obteve mais de 52% dos votos. Ou, em números absolutos, tão somente 256 votos a mais do que a soma dos sufrágios recebidos pelos candidatos remanescentes.


Para quem já concorreu duas vezes à Presidência da República e quatro ao governo da cidade, entre outros prélios, e contou agora com o engajamento ostensivo do governador Geraldo Alckmin e do seu secretariado, mais o apoio do ex-presidente Fernando Henrique, tal desfecho foi a proverbial vitória de Pirro, sem tirar nem pôr. O resultado parece espelhar as pesquisas segundo as quais 30% dos paulistanos querem ver Serra prefeito e outro tanto não quer vê-lo nada.


Antes de contados os votos, os serristas falavam de boca cheia numa vitória consagradora por 70% ou mesmo 80% do total. Mesmo que prognósticos desse tipo sirvam antes para motivar a militância do que como antecipação baseada em tendências verificadas, os seus propagadores não tiveram como disfarçar o gosto amargo que passaram a sentir. Na hora de votar, Fernando Henrique teve o azar de dizer que o previsível êxito de Serra na prévia seria "meio caminho andado" para o triunfo no Município, em outubro. Não porque, a esta altura, haja quem ameace o seu favoritismo - ou porque seja o caso de duvidar que, na pior das hipóteses, ele estará no segundo turno. Mas porque, surpreendentemente talvez, Serra só andou meio caminho para unir o partido em torno do seu nome - dando aos seus adversários no ninho a satisfação secreta de ver confirmada ainda uma vez a sua fama de desagregador.



Clique aqui para ler: “Zé Anibal quer recontar os votos da urna eletrônica das prévias”.


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.