Câmara pune trabalho escravo. Alô, alô, Ali Kamel !
A deputada Jandira Feghalli (PC do B – RJ) telefona ao Miro para comemorar uma vitoria também dela, de dez anos de luta:
Saiu na Agencia Brasil:
Câmara aprova PEC do Trabalho Escravo
Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Câmara dos Deputados acaba de aprovar, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo por 360 votos favoráveis, 29 contrários e 25 abstenções. A matéria volta, agora, ao Senado Federal, para nova rodada de votações em dois turnos.
A PEC foi à votação depois de dez anos tramitando no Congresso. A votação em primeiro turno ocorreu em agosto de 2004. A pressão em favor do texto é grande e conta com a participação de organizações não governamentais ligadas à defesa dos direitos humanos, de centrais sindicais e do próprio governo, que estão se mobilizando desde o ano passado para garantir a aprovação.
Edição: Fábio Massalli
Essa votação na Câmara é uma singela homenagem ao Gilberto Freire com ï”, (*), o Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da Globo, que escreveu um livro - “Não somos racistas”, um retumbante best-seller - em que assegura: com o fim da Escravidão, em 1888 – em 1888 ! - , não havia mais obstáculo para o negro brasileiro vencer na vida.
Um jenio !
Convém recordar também que o primeiro entrevero entre o Ministro Joaquim Barbosa e o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo – aquele do Demóstenes ao Cachoeira, “o Gilmar mandou buscar !" - se deu por conta da aplicação da Lei contra quem empregava trabalha o escravo.
Não é difícil, amigo navegante, imaginar quem estava do lado do cabo do chicote e quem estava na ponta do chicote, para usar imagem de Machado de Assis, que entendia de Escravidão e fazia de conta que não entendia.
Clique aqui para ler “Gilmar, Kamel e Heraldo, como o PHA se defendeu”.
(*) Conta-se que D. Madalena, um dia, em Apipucos, virou-se para o marido e disse: Gilberto, essa carta está em cima da tua mesa há mais de um mês e você não abre. Não posso abrir, disse o Mestre. Não é para mim, é para um Gilberto Freire, com “ï”.
Paulo Henrique Amorim