Juízes “da” Dilma votam a tempo do 1º turno
O Ministro Fux, indicado pela Presidenta Dilma Rousseff, condenou Dirceu com a ajuda do “testemunho” do co-réu Roberto Jefferson.
E mencionou “prova à luz de sua capacidade persuasiva”.
A “elemento probatório indireto”, também.
Viva o Brasil !
(Já imaginou, amigo navegante, se usassem esses argumentos para avaliar o papel do Fernando Henrique na Privataria ?)
Ele e a Ministra Weber, também indicada pela Presidenta Dilma, que votaram depois de Lewandowski desmontar o “domínio do fato”, selaram a condenação de Dirceu antes da votação no primeiro turno.
Fizeram a manchete do PiG na véspera da eleição.
Os votos de Fux e Weber permitiram a intervenção de Gilmar, Celso de Mello e Ayres Britto, que deixaram claro que também vão condenar Dirceu.
Realizou-se a sincronização prevista no julgamento do mensalão, desde o início.
Não há sessão de julgamento na sexta-feira.
Os eleitores vão votar domingo com a condenação do Dirceu.
O PiG (*), os Procuradores da República, tênues e torrenciais, e juízes da mais alta Corte obtiveram o que mais queriam.
Condenar Dirceu na véspera da eleição.
Sem provas.
O julgamento do mensalão é a libertação do Abílio Diniz na véspera da eleição de Collor contra Lula, quando o PiG espalhava que os sequestradores usavam a camiseta do Lula.
É o grampo sem áudio.
Se, mais tarde, com a participação de Zavascki, Dirceu vier a ser beneficiado – hipótese remota – a eleição já se realizou.
Com Dirceu condenado.
Segundo Fux, condenado à luz de reuniões, depoimentos, já que era “articulador” político, por sua preeminência, sua posição de destaque.
(Tal qual FHC na Privataria.)
Delúbio e Genoíno atuavam “afinadamente”...
Eram “vasos comunicantes”.
“Havia acerto político”.
Os argumentos de Barbosa e Weber.
O PiG ganhou essa.
Mas, não a eleição.
Em tempo: antes de se encerrar a sessão pré-votação no primeiro turno, Lewandoski observou que Fux tinha se utilizado de argumento que duas testemunhas negaram peremptoriamente: que, num jantar, em Belo Horizonte, Dirceu tivesse tratado dos empréstimos ao PT. Fux ragiu: um dos depoimentos, o de Katia Rabelo, precisava ser analisado com "um grão de sal", já que Katia tinha sido condenado várias vezes. O Ministro Fux e Rosa Weber, porém, não usaram o saleiro quando se tratou de usar o Roberto Jefferson como a única testemunha contra Dirceu.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.