O decano vai julgar a Globo ? Ou o Genoíno vem antes ?
Como se sabe, o Brasil deve mais a Irineu Marinho do que a Hipólito da Costa.
É o que dá a entender a máquina de promoção da Globo, que transformou uma efeméride em torno de Irineu Marinho, que dirigiu o Globo por uns seis dias, num evento mais significativo do que a fundação do Correio Braziliense.
Afinal, vivemos numa PiGocracia (*), ou, se prefere o amigo navegante, numa Globocracia, como demonstra, dia a dia, o Supremo Tribunal Federal.
O decano Celso de Mello pretende usurpar os votos de 92 mil paulistas e cassar o mandato do Genoíno.
É o que prenuncia o Globo.
Ou seja. é como vota o Globo.
Genoíno, como se sabe, foi condenado por ser presidente do PT.
E Celso de Mello, como sabe o Saulo Ramos, se sabe como vota.
Repousa convenientemente adormecido entre os processos na mesa de Celso de Mello, antes de cassar o Genoíno, uma pendência centenária sobre a propriedade da TV Globo em São Paulo.
A Globo em São Paulo é o conjunto cárdio-respiratorio da Globo.
Roberto Marinho assumiu o controle da TV Paulista numa sequência de atos que a Justiça, em múltiplas instâncias e testemunhos, considerou ilegais.
Caberá ao Ministro decano decidir sobre isso.
Solitariamente.
O que é mais facil prever: como ele votará sobre os 92 mil eleitores do Genoíno ou sobre a circulação do sangue da Globo.
O que vem antes ?
A hipotética cassação de Genoíno, ou a da Globo ?
Se ele decidir cassar o Genoíno, não acontece nada, porque a Câmara é que vai decidir, como diz o Presidente Marco Maia e expica o Conversa Afiada.
Mas, sobre a TV Paulista ...
Sobre a TV Paulista ... aí, amigo navegante, as consequências são inimagináveis.
Se a Globo perder a TV Paulista, metade da Ley de Medios terá sido cumprida.
Como vota Celso de Mello ?
Ou ele se aposenta antes de julgar a Globo ?
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.