Miro e a indignação seletiva do calunista
O Conversa Afiada reproduz trechos "seletivos" de artigo do eterno presidente do Barão, o Miro Borges:
... e o "gigante adormecido"
Por Altamiro Borges
Em seu blog hospedado no sítio do jornal O Globo, o jornalista e militante ... ... faz hoje (12) uma conclamação entusiástica para novos protestos de rua. Ele está indignado e dá tiros para todos os lados. No texto intitulado "O gigante dormiu. De novo", ele critica o relator do regimento do Senado, Edison Lobão Filho (PMDB), que "decidiu sumir com a palavra ética" do documento, e condena o uso de dinheiro público em campanhas eleitorais. Como sempre, porém, a indignação de ... é seletiva. Ele não fala nada, por exemplo, da sonegação bilionária das Organizações Globo (também conhecida como "Globo Overseas Investment BV" - PHA).
O "calunista" global, que nunca gostou muito dos protestos populares, agora roga pelo retorno das massas às rua. "Cadê o gigante? Ele não havia acordado? Foi em junho último que manifestações diárias sacudiram o país. Num único dia, mais de três milhões de pessoas gritaram slogans, enfrentaram a polícia e algumas botaram para quebrar. Nunca os políticos temeram tanto o povo. A presidente da República falou à Nação. O Congresso prometeu aprovar em regime de urgência um lote de benfeitorias sob o título de Agenda Positiva".
Mais uma vez, na sua seletividade, ele deixa de mencionar que os manifestantes também "gritaram slogans" contra a Rede Globo (ou Globo Overseas Investment BV - PHA). - um dos mais ouvidos em todo o país. Somente no dia 11 de julho ocorreram nove manifestações em frente às sedes da emissora e das suas afiliadas. Mas ... não viu! Ele prefere dizer que "nunca os políticos temeram tanto o povo", mas nada fala sobre o medo que tomou conta dos seus patrões - que retiraram as equipes de repórteres das ruas e cobrem os protestos do alto de prédios e de helicópteros.
Já que está tão animado com as manifestações populares, o jornalista da Globo (Overseas Investment BV - PHA) poderia aproveitar o seu espaço nobre para reforçar duas iniciativas dos próximos dias. Nesta quarta-feira, o Movimento Passe Livre (MPL), o Sindicato dos Metroviários e várias outras entidades agendaram um protesto na capital paulista para exigir a apuração das denúncias sobre o propinoduto tucano. No seu artigo, ... até cita o caso, mas sem grande ênfase. "A cara de bom moço do PSDB foi seriamente desfigurada pelo escândalo das licitações de trens dirigidas". Cara de bom moço do PSDB?
Outra mobilização está sendo preparada para 30 de agosto, junto ao Dia Nacional de Paralisações convocada pelas centrais. A ideia é ocupar novamente as ruas em frente às sedes da TV Globo (Overseas Investment BV - PHA) e de suas afiliadas para exigir a apuração das denúncias sobre a bilionária sonegação fiscal da emissora. Será que o ... ... topa divulgar esta iniciativa. Ele mesmo encerra o artigo com uma boa provocação: "Quanto ao gigante... Nada mais esquisito. Faz o maior auê, sai de cena de mãos vazias e se recolhe para pegar no sono. Não, meu caro, não é hora de deitar em berço esplêndido".
Em tempo: sobre seletiva indignação, veja o que o deputado Fernando Ferro sugeriu aos notáveis colonistas (*) Ataulfo (**) Merval de Paiva e Arnaldo Jabor.
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".