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Globo precisa mais da Copa que o Felipão

O espectador da novela da Globo tem a idade do espectador do Silvio Santos.
publicado 07/12/2013
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Saiu no Estadão, ele próprio, por sua vez, em comatoso estado:

Globo perde 34% da audiência da faixa nobre desde 2004 em SP


Cristina Padiglione - O Estado de S.Paulo

É verdade que o número de domicílios com TV e o próprio número de TVs em cada domicílio cresceu bastante nos últimos anos, mas a fatia que a Globo ocupa no bolo dessa audiência ampliada diminui a olhos vistos. De 2004, quando teve sua maior audiência noturna na última década, até 2013, a emissora perdeu 37% da fatia que lhe cabe na faixa de 18 h à 0 h de segunda a sexta-feira: eram 38 pontos há 9 anos e agora são 25 (dados até quarta passada).

O share, termo que representa a participação da emissora no total de aparelhos ligados, só endossa a queda. Em 2004, 59,9% dos domicílios com TV ligada sintonizaram a Globo nesse horário. Agora, até o último dia 4, essa sintonia foi de 44,1%.

No momento, só Amor à Vida sustenta alguma esperança para as noites da Globo. Com novela das 6 e das 7 sem ibope que empolgue, o Jornal Nacional também perdeu plateia. Na última quarta-feira, com capítulo de Amor à Vida mais curto e já sem os efeitos da torcida corintiana para o Brasileirão, a Globo amargou 19,1 pontos de 18h à 0h. Na quinta, essa média voltou a subir, mas ainda abaixo da média do parcial de 2013, com 23,7 pontos.
TV paga.

Os efeitos mais notáveis da outra ponta dessa gangorra estão nos canais pagos. O crescimento da Record é compensado pela queda do SBT. O fato novo está nos 10% de share que os canais por assinatura já alcançam hoje na faixa nobre. Não só o número de assinantes dobrou no período, como o hábito de zapear por canais pagos finalmente passou a fazer diferença para o bolo da Globo.

Navalha

A audiência da Globo não vai justificar os preços que ela cobra por publicidade.

As agências foram cooptadas pelo kick back do BV (clique aqui para ver que o BV só é crime contra o PT; para a Globo é uma bênção dos céus .)

Mas o anunciante não é burro.

Além do mais, com a chegada do concorrente do Globope, o alemão GfK – quem sabe o Globope começa a fazer uma correção na “margem de erro” ? -, o anunciante vai se perguntar: por que eu vou pagar a gasolina dos jatinhos dos filhos do Roberto Marinho ?

Como disse ansioso blogueiro, a Globo vai morrer por suas “qualidades”: o “padrão Globo de qualidade”.

O faturamento não vai pagar o custo da “qualidade”.

A Globo só se sustenta com o patrocínio e a audiência dos “grandes eventos” que ela monopoliza.

Porque seu produto-mãe, a novela, não interessa mais ao consumidor que interessa ao anunciante: o jovem, o adulto jovem.

O consumidor de novela da Globo tem a idade do consumidor do Silvio Santos.

A Copa do Mundo vai entupir o noticiário da Globo.

A Copa vai ser o balão de oxigênio.

Para faturar e obter audiência.

A Copa no Brasil é a visita da saúde.

A Globo precisa mais da Copa que o Felipão.

(O que não impedirá que a Globo promova, incite, organize e dê frenética cobertura - “olha, o melhor caminho para o Maracanã é pelo elevado!”- às manifestações fora do estádio, as que ela capturou dos acometidos da doença infantil do transportismo. Porque a Globo cobre o caos para instalá-lo.)

O celular e o Google vão googlar a Globo.

A única saída dela é derrubar o presidente trabalhista e controlar o BNDES, o BB e a Receita Federal.

Para a Globo, o Secretario da Receita é mais importante do que o seu CEO …

(Não deixe de ver que o Miguel do Rosário achou a Globo no Panamá.)

Clique aqui para acompanhar o desabamento da Globo: no horário da tarde; no jornal nacional, grande obra do Gilberto Freire com “i”(*); e aqui o “aviso fúnebre.

O Antonio Carlos Magalhães dizia: “se não saiu no jornal nacional, não aconteceu”.

Hoje, se saiu no jn é porque não aconteceu !

 




Paulo Henrique Amorim


(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros tres), deu-se de antropologo e sociologo com o livro "Não somos racistas", onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï". Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com "i".