Debate na Globo ? Não ! Pool, Dilma !
Uma das armadilhas da Globo Overseas é o último debate antes da eleição.
Ela faz o debate sem dar tempo de os candidatos re-editarem o debate, porque o horário eleitoral já acabou e só restam a versão da Globo – e a eleição.
Ou seja, a Globo se torna, na boca da urna, o Grande Eleitor !
Depois de envenenar o Brasil 365 dias por ano, 24 horas por dia.
Viva o Brasil !
(Não perca “o PT deve uma Ley de Medios ao Brasil !”.)
Foi assim que a Globo reeditou o debate Lula vs Collor em 1989 – e decidiu a eleição.
Foi assim na eleição de 2006 – clique aqui para ler “o primeiro Golpe já houve, falta o segundo”.
Ali Kamel, aqui conhecido como Gilberto Freire com “i” (*), ignorou a tragédia da Gol para não mexer na edição do jornal nacional que mostrava a cadeira vazia de Lula no debate.
(E a foto dos aloprados, aquele Golpe que omitiu a compra das ambulâncias super-faturadas do Cerra no Ministério da Saúde...)
E, por que a Globo merece essa deferência – o último debate antes da eleição ?
Por que o Brasil, tão colonizado, não se mostra Colônia, de fato ?
Os debates tem que ser em pool, como nas Metrópoles.
Com representantes de TODOS.
Por que esse privilégio de a Band abrir e a Globo fechar ?
Que regulamento do TSE prevê isso ?
E por que, na antevéspera da eleição, 48 horas antes de o eleitor se trancar na cabine, o candidato tem que se submeter ao talento fulgurante do William Bonner e às perguntas desinteressadas do “i” ?
Por que o Bernardo Plim-Plim (ou será Trim-Trim , Mino ?) – não deixe de ler sobre o Ênio e o “Roberto Regulatorio da Comunicação” - não manda buscar as fitas dos debates presidenciais nos Estados Unidos ?
Onde, inclusive, debates são organizados por universidades, o âncora é de uma tevê pública, educativa (cujo salário não depende do “i”) e os debatedores são representantes de diferentes organizações jornalísticas.
A Globo Overseas não tem isenção para assumir essa responsabilidade, num regime democrático.
Não se pode entregar o destino de uma eleição ao Jornalismo (sic) da Globo !
Aquilo ali se banha na editoria “o Brasil é uma m...” e não será a 48 horas de uma eleição que eles vão se converter à Virtude !
Ainda mais que, progressivamente, a Globo vai depender do Aécio e do Dudu para sobreviver.
O Google vai googlar a Globo – é o segundo destino de verbas publicitárias do país – e só eles dois, Aécio e Dudu, poderão impedir a instalação do 4G no Brasil.
É sobre essa eleição que o Kamel vai formular as perguntas.
(Ou o amigo navegante acha que, na antevéspera da eleição que pode decidir o futuro da Globo Overseas, as perguntas à Dilma, a terrorista, sairão da cabeça de um jornalista isento ?)
(Como se o Alberico de Souza Cruz tivesse sido o responsável solitário pela edição do debate que só mostrou o “bom” do Collor e o “mau”do Lula … Como se o Dr Roberto estivesse naquele dia, antevéspera da eleição, no segundo turno, excepcionalmente, desinteressado do que o jornal nacional ia exibir.)
O debate final na Globo é parte da campanha eleitoral dos antitrabalhistas.
Dos que querem partilhar a partilha !
Viva o Brasil !
Em tempo: do amigo navegante MZ:
Excelente idéia, PHA: que os debates sejam intermediados pela rede pública e se quiserem transmitir ao vivo que transmitam. Se o interesse é jornalístico….
Em tempo2: desde que a "rede pública" não seja a dos tucanos de São Paulo - PHA
Paulo Henrique Amorim
(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro "Não somos racistas", onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï". Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com "i".