As ferrovias e a âncora inclinada da Globo
Por um infortúnio, o ansioso blogueiro se viu obrigado a assistir a um pseudo-debate na GloboNews sobre os planos de Governo dos diversos candidatos.
O tema era “infra-estrutura” e a âncora-inclinada era a estrela de retumbante sucesso (entre os cerristas ortodoxos), no mesmo canal, o programa “Entre Caspas”.
Do lado da candidatura de Dilma, Miriam Belchior, Ministra do Planejamento, que defendeu as realizações do Governo com talento e coragem, diante de um ambiente totalmente hostil.
Do lado da Globo, quer dizer, do Arrocho Neves, o “consultor”Adriano Pires – leia "quando eu crescer quero se o Adriano Pires".
É um mistério profundo saber quem se consulta com o Adriano Pires, além da Globo.
Porque, de bom senso, ninguém que quisesse fornecer um palito ou um parafuso ao Governo e suas empresas – e são elas que compram – se deixaria “consultar” com o Adriano.
O que faz supor que ele seja, na verdade, um agitador cultural, ou melhor, um “white bloc” da Globo para dizer o que nem os âncoras-inclinados ousariam.
O programa se divide em segmentos: cadeira do dragão, pau-de-arara e pianola Boilensen.
Precede cada segmento uma “reportagem” em forma de editorial escrito e apresentado por membros da seita “Urubologia”, cujo templo fica no Projac.
É o pessoal do "Brasil fracassou" ou, como se diz naquela editoria do jornal nacional do Gilberto Freire com “I” (*), “o Brasil é uma m...”.
Se Miriam Belchior fosse o ansioso blogueiro, se levantava ao fim da primeira “reportagem” do primeiro segmento, o cadeira do dragão, e dava uma banana à suave apresentadora.
Os americanos chamam essas reportagens que antecedem debates de “setting pieces” - ou seja, ali se indicam os temas que serão discutidos a seguir.
O que supõe, entre cavalheiros e damas, uma apresentação isenta, que contemple, de ante-mão, diversas perspectivas – e que abra diversas opções aos espectadores.
Porque não se imagina, entre cavalheiros e damas, que o âncora-inclinado(a) queria, desde ali, condenar ou absolver os que atenderam ao convite para participar do programa.
Se o ansioso blogueiro pudesse sugerir algo à campanha da Dilma, seria, apenas, não comparecer a nenhum debate-inclinado na GloboNews.
Porque não há a menor possibilidade de isenção.
É melhor sugerir que o Alexandre Maluf Garcia ou o Ataulfo Merval (**) se sente na cadeira de “representante do PT”.
E tem o Pires.
Quando a Belchior escapava da âncora-inclinada tinha pela frente seu alter ego, o Pires !
Que recita números errados com a convicção do William Bonner.
Mesmo assim, a Ministra se saiu com brilho.
E deu uma informação acachapante, de reduzir urubólogos a poeira.
É o es-pe-ta-cu-lar programa de Ferrovias da Dilma, que só se compara ao da China !
A âncora-inclinada passou por cima da informação ministerial com aquele mega-trator que o Serjão usava para comprar voto para a reeleição do Fernando Henrique.
E os números da Belchior sumiram no éter.
Dezenove grupos empresariais apresentaram requerimentos para participar da licitação de 4.676 km de ferrovias !
4.676 km de ferrovias !
E o Pires, o “white bloc”, a dizer que falta confiança ao empresario, que é preciso reestabelecer o diálogo.
19 grupos empresariais.
(“Reestabelecer o diálogo com o empresário” ? Leia-se fazer da Petrobras a Petrobrax.)
E, nas licitações das rodovias, todas com deságios monumentais !
Pois, aqui estão, com desenho e tudo, para facilitar a leitura da âncora que se inclina mais que a torre de Pisa.
MT recebe 81 propostas de estudos de seis trechos ferroviários
O Ministério dos Transportes divulgou na última quarta-feira (30/07) que recebeu 81 requerimentos de autorização para elaboração de estudos de seis trechos ferroviários previstos no Programa de Investimentos em Logística (PIL). No total, 19 grupos solicitaram autorização até o final do prazo, nesta terça-feira (29/07). As Propostas de Manifestação de Interesse (PMI) aos trechos relacionados abaixo somam 4.676 quilômetros de ferrovias.
1. Açailândia/MA – Barcarena/PA (457 quilômetros): 14 propostas
2. Anápolis/GO – Corinto/MG (775 quilômetros): 11 propostas
3. Belo Horizonte/MG – Guanambi/BA (845 quilômetros): 10 propostas
4. Estrela D’Oeste/SP – Dourados/MS (659 quilômetros): 15 propostas
5. Sinop/MT – Miritituba/PA (990 quilômetros): 16 propostas
6. Sapezal/MT – Porto Velho/RO (950 quilômetros): 15 propostas
A portaria de autorização para realização dos estudos deverá ser publicada no Diário Oficial da União na próxima semana. Conforme estabelecido pela legislação, a autorização para a realização dos estudos não terá caráter de exclusividade, ou seja, mais de um grupo poderá obter autorização para um mesmo trecho, bastando preencher os requisitos estabelecidos no Edital de Chamamento.
As empresas terão prazo de seis meses para desenvolver os estudos requeridos para as ferrovias inicialmente previstas no PIL (Açailândia – Barcarena, Anápolis – Corinto, Belo Horizonte – Guanambi e Estrela D’Oeste – Dourados) e de oito meses para os estudos previstos de duas novas ferrovias (Sinop – Miritituba e Sapezal – Porto Velho), agregadas ao Programa em junho, cujo prazo maior decorre da necessidade de realizar estudos já desenvolvidos para o primeiro grupo.
A adequada realização dos estudos garantirá o sucesso do posterior processo licitatório, na medida em que disponibilizará aos interessados em participar do leilão bases sólidas para o desenvolvimento de suas propostas, ao mesmo tempo em que atrai, já nesta fase de trabalho, potenciais candidatos à participação nas futuras concessões.
O interesse em estudos também foi verificado nos chamamentos públicos realizados para concessão de cinco trechos rodoviários. Estes estudos se encontram em andamento, com conclusão ainda em 2014.
Assessoria de Comunicação
Ministério dos Transportes
Dados do 10° Balanço do PAC 2
Em Ferrovias, no segundo trimestre, entrou em operação o trecho de 855 km da Ferrovia Norte-Sul (FNS), de Palmas (TO) a Anápolis (GO). Há 2.545 km de obras em andamento, como a extensão sul da FNS, com 62% de obras realizadas em 682 km de extensão. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) está com 46% realizados entre Ilhéus (BA) e Caetité (BA).
Em tempo: o Conversa Afiada reproduz nota do Ministério do Planejamento:
Ministério do Planejamento esclarece editorial do jornal O Estado de S. Paulo
A respeito do editorial do Estado de S. Paulo, "Falhas graves e generalizadas" (04/08), o Ministério do Planejamento esclarece:
O relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) não permite ao jornal concluir que há falhas graves e generalizadas no Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A amostra examinada pelo TCU representa 0,02% de todas as unidades entregues pelo programa e 0,9% daquelas entregues em municípios com até 50 mil habitantes, a que se refere o relatório.
O MCMV já contratou 3.499.640 unidades habitacionais (até 6/14), e já entregou 1.735.605 casas e apartamentos, em todo o Brasil. Na modalidade auditada pelo relatório do TCU, Oferta Pública, foram entregues 45.016 unidades.
Na modalidade Oferta Pública, é responsabilidade dos Estados e Municípios aprovar os projetos e prover toda a infraestrutura necessária ao empreendimento.
O MVMC é o maior programa de habitação que o Brasil já teve. No sexto ano de operação já contratou moradias suficientes para abrigar toda a população da cidade de São Paulo. E entregou unidades suficientes para abrigar população da cidade do Rio de Janeiro, evidenciando não só uma capacidade inédita de execução de habitação de interesse social como também a necessária capacidade de planejamento e efetivação das metas que o Governo Federal se propôs a cumprir.
Ao generalizar a avaliação do MCMV a partir de uma amostra pouco representativa, o editorial não age com isenção. A qualidade dos empreendimentos é prioridade para o Governo Federal que, por meio de seus agentes financeiros, monitora e propõe melhorias, como o serviço de atendimento telefônico que recebe reclamações de beneficiários. Realiza vistoria técnica e, se constatado problema, aciona a construtora que tem cinco dias úteis para realizar reparo necessário.
Em pesquisa realizada pelo IPEA em 2013 sobre o MCMV, os beneficiários do programa atribuíram nota média de 8,8 à sua satisfação com a moradia adquirida por meio do programa, em uma escala de 0 a 10.
Ao contrário do que afirma o editorial o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) executou 94,1% dos R$ 657,4 bilhões previstos para serem investidos no período 2007-2010. E as obras concluídas alcançaram R$ 444 bilhões ou 82% dos investimentos previstos para o mesmo período.
É falso dizer que há qualquer problema ideológico em relação à participação do setor privado nos investimentos em infraestrutura, como afirma o editorial. O setor energético é exemplo disso. Dos 92 bilhões de reais investidos no PAC 2 em Geração e Transmissão de Energia, 61% são privados e 39% são de Estatais Federais.
Não se abre mão, contudo, da função de planejar o setor com ações fundamentais para seu funcionamento: marco regulatório, interligação do sistema, diversificação da matriz e crescimento da capacidade instalada acima do consumo.
Ao contrário do que afirma o jornal, o gerenciamento para garantir o abastecimento de energia na copa foi exemplar. O Governo Federal organizou grupo de acompanhamento que junto com as distribuidoras e transmissoras elaborou os planos de monitoramento, operação e manutenção que tiveram um funcionamento pleno, sem ocorrência de falta de energia durante o evento.
Ainda sobre o setor energético, a redução de tarifa de energia já beneficia a população e a indústria brasileira com a antecipação da renovação das concessões de usinas antigas que já estavam amortizadas. Com a medida, foi possível reduzir a conta de energia no mínimo em 18%.
O efeito dessa redução é estrutural, ou seja, promoverá uma mudança permanente no nível das tarifas, pois retira definitivamente custos que compunham as tarifas anteriores. Os custos mencionados são resultado de uma situação climática extremamente adversa, portanto conjuntural.
No entanto, graças aos investimentos realizados de forma planejada, o País não corre risco de racionamento de energia.
Outro esclarecimento necessário, a execução das UPAs, incluindo a contratação das empresas, é de responsabilidade dos Estados e Municípios e a liberação de recursos para a construção das unidades só é feita à medida que eles comprovam o andamento da obra. Nos casos de irregularidades o Ministério da Saúde comunica o Tribunal de Contas Estadual para as providencias cabíveis.
Para intensificar o acompanhamento o Ministério da Saúde criou, em 2012, um sistema de monitoramento, que obriga Municípios e Estados a atualizar informações sobre o andamento da obra, sob pena de ter repasses dos recursos suspensos nos casos de atrasos superiores a e 60 dias consecutivos.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão