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Abril demite e não paga ninguém!

E ainda faz trambique para não liberar o saque do FGTS
publicado 23/08/2018
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Via Jornalistas&Cia:

O Comitê dos Jornalistas Demitidos da Abril, formado em 17/8 como uma das decisões tomadas em reunião no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, divulgou nessa segunda-feira (20/8) um comunicado em que afirma que a empresa não pagou nada a nenhum dos dispensados, manobrou para incluir as verbas rescisórias na recuperação judicial e não liberou a chave para o saque do FGTS nem as guias do seguro-desemprego. 

Ante a denúncia, a Abril Informou estar iniciando o agendamento da homologação das demissões e a regularização das chaves para o FGTS e o seguro-desemprego.

Na reunião no Sindicato, parte dos 150 jornalistas demitidos e a direção do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo debateram e definiram uma série de ações na luta por respeito aos direitos trabalhistas e contra as demissões em massa na empresa. Além da formação do Comitê, foram aprovadas mobilizações contra as demissões, que serão realizadas em conjunto com os gráficos e administrativos, também atingidos pela dispensa, e que o Sindicato tome todas as medidas legais cabíveis em defesa dos demitidos, como vem fazendo desde que começou a dispensa coletiva. Em 6/8, a entidade entrou com pedido de antecipação de tutela reivindicando a reintegração imediata dos profissionais e a anulação das demissões, porque a Abril já responde a uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo contra demissões em massa realizadas em 2017.

Entretanto, em entrevista a Igor Ribeiro, do Meio & Mensagem, no último dia 16/8, Marcos Haaland, presidente executivo do Grupo Abril, garantiu que a dívida trabalhista é prioridade no processo de recuperação judicial do grupo, que prevê renegociar R$ 1,6 bilhão no total: “Temos feito reuniões com todos e nossa prioridade é quitar o mais rapidamente possível com o grupo de funcionários”. Vale lembrar que perto de 800 pessoas deixaram a empresa nas últimas semanas.

Haaland também informou na entrevista que as revistas Placar, Vip e Viagem e Turismo deixam a plataforma impressa para seguirem só no digital. E que, diferentemente do previsto, o Guia do Estudante publicará impressos quando necessário, já que sua periodicidade não é constante. Afirmou ainda que títulos como Boa Forma e Casa Claudia, entre outros, um dia poderão voltar, mas que isso não acontecerá em curto prazo.

Em análise publicada no Nexo em 15/8, Denis Burgierman, ex-diretor de Redação de dois títulos da empresa (Superinteressante e Vida Simples), que não é um dos recém-demitidos, afirma que Roberto Civita sabia que a diversidade era a maior riqueza que ele podia buscar mas que a Abril esqueceu disso.