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Brito: Globo anda lendo Tijolaço mal

Quem são as “pessoas ligadas à gestão brizolista”?
publicado 18/04/2017
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O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito no Tijolaço:

A edição online de O Globo, dizendo que “pessoas ligadas à gestão brizolista” contestaram as acusações de um certo Pedro Novis sobre propinas da Odebrecht na construção do Sambódromo, “afirmando nas redes sociais que Novis mentia e não ocupava posição de destaque na empresa, e que a obra tinha como principal empreiteira a Mendes Júnior”.

Como prova, apresenta um balanço de 1985 da empresa, onde ela fala de sua participação na obra e o senhor Pedro Novis assina como um de seus diretores.

As “pessoas ligadas à gestão brizolista” que contestaram a acusação foram, na verdade, este blog – que o Globo não vai citar o nome, não é? – em um post que o jornal tenta desqualificar.

Não há razão para me corrigir.

Novis publica seu currículo na Bloomberg com a informação de que ingressou na Odebrecht em 1985 (veja a imagem ao lado) e assina o tal balanço neste mesmo ano, como um dos últimos diretores citados. A obra do Sambódromo terminou em março de 1984.

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Portanto, não há razão para desdizer o que afirmei: que ele mentia ou apenas estava “repetindo o que recebeu de orelhada”, pois não estava na empresa durante a obra.

Depois, afirmo que “a empreiteira líder da construção, em prazo recorde, foi a Mendes Junior, não a Odebrecht, como pode ser visto no portfólio da empreiteira. Se a Odebrecht foi subempreitada ou se responsabilizou por alguma parte da obra, não recordo, mas não era a coordenadora do projeto.”

Portanto, também não se disse que a Odebrecht, através de sua subsidiária CBPO, não participou da obra, mas que não era a coordenadora do projeto. Coisa que, ampliada nos detalhes, vê-se na própria imagem usada por O Globo, onde está lá a plaquinha da Mendes Júnior, com seu logotipo inconfundível.

O que posso afirmar, com certeza, é que a Odebrecht fez uma mega-obra no Rio de Janeiro: o parque gráfico de O Globo, e no período em que Pedro Novis era o presidente do Grupo Odebrecht. Evidentemente, não posso dizer se ali houve propina ou lavagem de dinheiro, não o posso afirmar apenas “de orelhada”, por ouvir falar. Muito menos se houve alguma “ajuda” de Fernando Henrique Cardoso na concessão de um empréstimo de quase R$ 300 milhões (em valores de hoje) dado à obra pelo BNDES.

E posso, ainda, sentir orgulho de ter participado das últimas duas décadas da trajetória de um homem que, de tão destemido e reto, 13 anos após sua morte, continua despertando o ódio do império Globo, que volta e meia revira o passado para atingir sua memória, porque sabe que ela é uma bandeira contra o poder opressivo que ele representa.

Inclusive valendo-se da simples palavra de um bandido, um corrupto e corruptor, que, graças às distorções de um processo doentio de delação premiada, ganha a liberdade e o gozo de sua fortuna ao preço, para ele barato, de tentar enxovalhar a história de um herói brasileiro.

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