Brito: Globo “banca” delação de Rocha Loures
"Manchetes, como jabutis, não se penduram nos galhos sozinhas"
publicado
30/05/2017
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(Reprodução)
Por Fernando Brito, no Tijolaço:
Não espere maiores revelações lendo o texto que corresponde à gritante manchete de hoje de O Globo.
Não há ali, nenhuma informação nova sobre o caso do “homem da mala” Rodrigo Rocha Loures, exceto, talvez, que seja uma “oferta pública” da Procuradoria Geral da República para um acordo rápido com o ainda deputado federal.
É possível que esta seja a razão de o jornal chegar à tautologia:
Também a declaração do novo advogado de Loures, Cezar Bittencourt, patina no óbvio: “Não afasto a possibilidade [de delação]. Sou filosoficamente contra, mas tenho que buscar o que é melhor para o cliente”. É rigorosamente a mesma posição de seu ex-advogado, José Luiz de Oliveira Lima, já declarada neste e em outros casos.
Com as mesmas informações, o Estadão publica exatamente o contrário: Contra delação, novo advogado de Loures diz que defesa será técnica.
Neste caso da JBS, o Globo assumiu, desde o início, a primazia como veículo dos vazamentos e antecipações, desde a sua revelação, através de Lauro Jardim. É de supor que as fontes não tenham secado o suficiente para que não se possa publicar mais que o óbvio.
Manchetes, como jabutis, não se penduram nos galhos sozinhas. Está lá porque alguém botou, pretendendo alguma coisa.
Não há ali, nenhuma informação nova sobre o caso do “homem da mala” Rodrigo Rocha Loures, exceto, talvez, que seja uma “oferta pública” da Procuradoria Geral da República para um acordo rápido com o ainda deputado federal.
É possível que esta seja a razão de o jornal chegar à tautologia:
“Em encontro na semana passada, um emissário de Loures quis saber quais seriam as chances de uma delação premiada do deputado ser aceita. A abordagem surpreendeu os investigadores. Esse não era o objeto declarado da reunião. Depois de confabularem com outros colegas, os investigadores responderam que, àquela altura dos acontecimentos, um eventual acordo de colaboração dependeria da disposição do parlamentar denunciar os demais cúmplices.”
Vem a ser algo óbvio que, num acordo de delação, delatar seja mais que uma condição, seja o objetivo do acordo, não é?Também a declaração do novo advogado de Loures, Cezar Bittencourt, patina no óbvio: “Não afasto a possibilidade [de delação]. Sou filosoficamente contra, mas tenho que buscar o que é melhor para o cliente”. É rigorosamente a mesma posição de seu ex-advogado, José Luiz de Oliveira Lima, já declarada neste e em outros casos.
Com as mesmas informações, o Estadão publica exatamente o contrário: Contra delação, novo advogado de Loures diz que defesa será técnica.
Neste caso da JBS, o Globo assumiu, desde o início, a primazia como veículo dos vazamentos e antecipações, desde a sua revelação, através de Lauro Jardim. É de supor que as fontes não tenham secado o suficiente para que não se possa publicar mais que o óbvio.
Manchetes, como jabutis, não se penduram nos galhos sozinhas. Está lá porque alguém botou, pretendendo alguma coisa.