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Estadão culpa Lula pela tragédia do governo Bolsonaro

Com muita desonestidade intelectual, o discurso do PiG para 2022 está pronto!
publicado 26/05/2020
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Em meio à pandemia do novo coronavírus, parte da imprensa começa a se aquecer para a eleição presidencial de 2022.

É o que faz o jornal O Estado de S. Paulo que, nesta terça-feira (26/V), publica editorial em que compara o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao ex-presidente Lula (PT).

Para a publicação, "não há dúvidas. Jair Bolsonaro e Lula da Silva nasceram um para o outro".

A tática é conhecida e será explorada no próximo pleito nacional: o PiG colocará Lula e Bolsonaro como extremos e desnecessários para o país que, na visão deles, precisa de um governo de centro. De preferência, comandado por um partido que tem como símbolo um tucano.

"Tanto o presidente da República como o chefão petista se associam na mais absoluta falta de escrúpulos, em níveis que fariam até Maquiavel corar. (...) Jair Bolsonaro e Lula da Silva unem-se como siameses. Enxergam o mundo e seu papel nele da mesmíssima perspectiva. Tudo o que fazem diz respeito exclusivamente a seus projetos de poder, nos quais o Estado e o povo deixam de ser o fim último da atividade política e passam a ser meros veículos de suas aspirações totalitárias", diz o editorial.

Tem mais: "Tão certo de sua inimputabilidade, Lula da Silva nem se preocupou em ao menos aparentar retidão moral, como recomendava Maquiavel aos príncipes de seu tempo, entregando-se à mais vil exploração política do sofrimento causado pela pandemia de covid-19. (...) Já Bolsonaro, bem a seu estilo, continua a menosprezar os milhares de brasileiros mortos na pandemia, agora com requintes de crueldade. Depois do infame 'e daí?', expressão que usou ao reagir à informação sobre a escalada do número de mortos no Brasil, o presidente da República não viu nenhum problema em fazer piada com a desgraça do país que ele foi eleito para governar".

O jornal omite, claro, que Lula se retratou, o que não ocorreu com Bolsonaro.

Na eleição de 2018, o Estadão já havia considerado uma "escolha muito difícil" entre Fernando Haddad (PT) e Bolsonaro. Não satisfeito, hoje o jornal ainda culpa o PT pela tragédia bolsonarista.

"O bolsonarismo é um monstrengo antidemocrático que só ganhou vida e ribalta por obra e graça do lulopetismo. A uni-los, a sede de poder absoluto. Mas, como já ensinou Maquiavel, não há poder que dure para sempre".

Os tempos de pandemia são novos. A velha imprensa brasileira é a mesma.