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Kamel deu 10' ao Lula. Vai pagar caro

O Globo é o que é pelo que não deu!​
publicado 06/03/2016
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bessinha jim jones

O livro “O Quarto Poder” reproduz as principais instruções do Roberto Marinho ao seu diretor de jornalismo, Armando Nogueira.

A segunda instrução: “não quero preto nem desdentado” no jornal nacional.

(A única exceção era o Pelé.)

Terceira: se o Brizola se jogar na linha do trem para salvar uma criança, se a criança se salvar e o Brizola morrer, mesmo assim você tem que me consultar para saber se pode dar o nome do Brizola no jornal nacional.

(Até sexta-feira, essa ordem continuava em vigor. Bastava substituir “Brizola” por “Lula” e “Dilma”.)

E a primeira, síntese perversa e genial de como administrar um poder monopolista de mídia (nem William Hearst, imortalizado no “Citizen Kane” do Orson Welles foi capaz de dar uma ordem tão clara):

- O Globo é o que é não pelo que dá mas pelo que não dá!

(Ele não se referia “à Globo”, mas ao “Globo”, porque, para ele, a empresa era o Globo, o mundo inteiro, o sistema solar, a Terra, o jornal que ele herdou do pais quando tinha 21 anos.)

O Gilberto Freire com “i” é o mais poderoso Diretor de Jornalismo da Globo.

O ansioso blogueiro trabalhou com os outros três e sabe do que fala.

É o mais poderoso e o menos esperto.

Kamel desprezou essa regra elementar, cruel, do Dr Roberto e, na sexta-feira, no dia do sequestro do Lula, deu ao Lula 10' no jornal nacional.

Como diz um funcionário do Instituto Lula, foi o melhor horário eleitoral gratuito do PT, desde sua fundação.

Kamel pretendia decompor a jararaca em pedacinhos.

Entrecortava as falas de Lula com a intervenção do William Bonner, inútil e parcial.

Mas, o Kamel não conseguiu cortar a jararaca.

Ao contrário.

Deu-lhe vida.

Transformou-a no dragão da maldade.

Não se dá dez minutos ao Lula no jornal nacional, impunemente.

Nem a GloboNews deveria ter transmitido a íntegra da fala do Lula, depois do sequestro, na sede do PT em São Paulo.

Outro erro imperdoável.

Estivesse o Dr Roberto vivo, e cabeças já teriam rolado nesse fim de semana.

(Mas, sabe como é, os filhos não têm nome próprio, nem possuem um triplex em Paraty.)

O resultado desse erro fatal do “i” foi a pesquisa Vox Populi, que, arrasadoramente, enrolou o Moro nas tripas da Globo.

Uma pesquisa feita no Facebook, com a chancela de qualidade do Marcos Coimbra, que dá de 10 a zero nesses pesquisólogos do Datafalha e do Globope!

Com os dez minutos no jn e a íntegra na GloboNews – veja na pesquisa que muita gente tomou conhecimento do discurso empolgante, desafiador da jararaca – o “i” passa a desempenhar na campanha “Lula 2018” o papel que o Agripino Maia, esse Varão da Ética Tucana, desempenhou na primeira eleição da Dilma.

Deu à Dilma a possibilidade de faze-lo em farelo: quem serviu à ditadura foi o senhor, senador, porque eu mentia aos torturadores!

Triste sina a do Dr Roberto: ver o Armando Nogueira substituído pelo Agripino Maia!

Como diz o Conversa Afiada: o direito de herança destruiu o PiG!

Paulo Henrique Amorim

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