Lula nega entrevista ao Globo e explica: liderou o lawfare para tirá-lo da eleição
(Ricardo Stuckert)
Do site de Lula - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou carta em resposta a um pedido de entrevista do jornal O Globo. O ex-presidente fala de como as Organizações Globo lideraram o lawfare para impedi-lo de ser candidato em 2018, mesmo com a lei brasileira e decisão das ONU garantindo esse direito ao ex-presidente. E esconderam as suas absolvições na justiça que desmontam a tese do “power point”, e as muitas provas de sua inocência e de que foi vítima de um processo político e parcial, diversas vezes demostradas pela sua defesa desde 2015 e também pelas série de reportagens da Vaza Jato feitas pelo site The Intercept Brasil em parceria com veículos como a Folha de S. Paulo, Agência Pública entre outros órgãos de imprensa. A última entrevista de Lula para um veículos das Organizações Globo foi para o jornalista Roberto D’Ávila, para a Globonews, em 2015.
A íntegra da carta abaixo:
“Prezado Bernardo,
Agradeço o convite para uma entrevista para o jornal O Globo em uma série sobre ex-presidentes da República. Seu convite destoa da censura imposta pelas Organizações Globo. Não confundo as organizações com as diferentes condutas profissionais de cada um dos seus jornalistas.
O que me impede de atendê-lo é o notório tratamento editorial que as Organizações Globo adotam em relação a mim, meu governo e aos processos judiciais ilegais e arbitrários de que fui alvo, que têm raízes em inverdades divulgadas pelos veículos da Globo e jamais corrigidas, apesar dos fatos e das evidências nítidas, reconhecidas por juristas no Brasil e no exterior.
As próprias sentenças tão celebradas pela Globo são incapazes de apontar que ato errado eu teria cometido no exercício da presidência da República. Fui condenado por ‘atos indeterminados’.
Ao invés de ser analisada com isenção jornalística, a perseguição judicial contra mim foi premiada pelo O Globo. As revelações do site The Intercept foram censuradas, escondendo as provas de que fui julgado por um juiz parcial, em conluio com os promotores, que sabiam da fragilidade e falta de provas da sua acusação.
Enquanto não for reconhecido e corrigido o tratamento editorial difamatório das Organizações Globo não será possível acolher um pedido de entrevista como parte de uma normalidade que não existe, pelos parâmetros do jornalismo e da democracia.
Luiz Inácio Lula da Silva”