Quem leva a grana da Petrobras na Fórmula 1?

Fórmula 1 - Prova fica sem nenhum brasileiro pela primeira vez

Com pilotos do país fora da F-1, somente os estrangeiros vão disputar o GP Brasil, realizado desde 1972

É impossível não associar a história da Fórmula 1 aos pilotos brasileiros. Afinal, são oito títulos mundiais, com Emerson Fittipaldi (dois), Nelson Piquet (três), e Ayrton Senna (três). Mas, no domingo, no GP Brasil, no autódromo de Interlagos, a torcida só verá estrangeiros no grid.

Desde 1972, quando a F-1 fez uma corrida extracampeonato em Interlagos, nunca um piloto brasileiro ficou fora da prova. De lá para cá, foram nove vitórias dos anfitriões.

No domingo, os competidores largarão para a penúltima etapa da temporada sem a concorrência verde-amarela. Algo muito estranho para um país que tem sua história esportiva muito associada à F-1.

Felipe Massa, em 2017, foi o último a correr no Brasil, pela Williams. Também levou o país ao topo do pódio, em 2008, pela última vez - perdeu o título para o inglês Lewis Hamilton por um ponto.

A realidade é que o Brasil não consegue mais emplacar tantos pilotos nas categorias de base da Europa.

O escocês Jackie Stewart, tricampeão da F-1 (1969, 1971 e 1973), chegou a dizer no passado que tinha raiva dos "malditos brasileiros" justamente porque ganhavam títulos na base contra os britânicos, em categorias como a F-4, F-3 e a F-2.

"Cheguei a dizer que era a água que eles bebiam", comentou Stewart, no ano passado, já sabendo da ausência de Felipe Massa em 2018. "Não ter campeão é uma coisa, mas ficar sem pilotos mostra que algo está errado."

O principal sintoma é a base. Não há muitos caminhos para a evolução se o piloto não tiver dinheiro. E em um campeonato fraco, fica difícil ter chances de bater os jovens adversários na Europa.

Sem base, não há esporte que sobreviva. Talvez por isso o GP Brasil terá menos graça (...)