Vice Media compra a Globo
Independência ou morte!
publicado
25/06/2017
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Reprodução: Cafezinho
O Conversa Afiada reproduz artigo do professor Pedro Augusto Pinho, por sugestão do Gustavo Santos.
Meu inteligente leitor certamente já se questionou algumas vezes: por que um país tão rico em recursos naturais, com tão expressivas massa continental e população, não é uma potência, como os Estados Unidos da América (EUA), ou a Federação Russa (Rússia, que o golpista presidente chama República Soviética da Rússia), ou a República Popular da China (China)?
Não há só uma razão, como é óbvio. Mas entre as mais significativas, no meu entender, está a permanente ausência de um projeto político da construção da cidadania brasileira! Aliás deveríamos até enfatizar que, na preocupação das elites, dos detentores do poder, sempre se buscou o inverso: desconstruir nossa identidade nacional, promover o “vira-latismo”, o desprezo ou a vergonha por sermos brasileiros.
Recordemos que a construção da cidadania, no entendimento de pensadores contemporâneos – como Pierre Bourdieu, Nancy Fraser, Charles Taylor e tantos outros – se dá com a educação, iniciada já no berço e que se prolonga por toda vida. Não é este adestramento meritocrático, que provoca maior discriminação, mas a consciência de si mesmo e, por consequência, de seus humanos semelhantes. É a educação da autonomia, da liberdade, de que trata Paulo Freire, ou, também, dos saberes, como descreve Boaventura de Sousa Santos. Esta educação começa na formação da identidade. Se não sei quem sou, se não tenho meus referenciais étnicos, sociais, nacionais, o que serei então? Um boneco, um robô produtivo para outro?
Esta educação da “escola sem partido” tem, na verdade, um partido. E ele nem é um partido nacional, mas uma ameaça que paira hoje sobre todas as nações: a ditadura da banca (o sistema financeiro que se denomina nova ordem mundial). E aliada e cúmplice da banca, que a oculta e se opõe a tudo que lha combata, está a grande mídia. Esta mídia cada vez mais monopolizada, que estudos sobre a comunicação social revelam estar nas mãos de meia dúzia de megagrupos. Ela não é instrumento de informação, muito ao contrário, constitui-se em veículo de doutrinação. A quem se interessar pelo assunto recomendo o trabalho do brasileiro Maximiliano Martin Vicente, “História e comunicação na nova ordem mundial” (UNESP, SP, 2009).
Vejamos, agora, a matéria publicada em The Wall Street Journal (edição on line, 22/06/2017) de Lukas I. Alpert, com o significativo título: "VICE MEDIA assina contrato com Grupo GLOBO do Brasil”.
Primeiro devemos saber o que é Vice Media. De origem canadense, esta empresa se transferiu para os EUA, em 2001, e passou a contar com acionistas como The Walt Disney Company, Hearst Corporation e associação com a 21st Century Fox, de Rupert Murdock, entre outros grupos de empresas voltadas para a comunicação de massa. Tanto que, a Vice também possui a revista Vice, a rede Viceland (TV a cabo), a Vice Music, detentora de diversos selos (labels), a Vice Films, a Vice Book e a “Vice Guide to Everything”, que promete levar a você “uma abordagem nova, mais condensada e divertida da notícia” (!). Entendeu?
Talvez a Globo, como nas pichações no Rio de Janeiro, em 1964 – Chega de intermediários, Lincoln Gordon para presidente –, tenha deixado de ser a porta-voz para ser do próprio dono da voz: o sistema financeiro internacional, a banca.
Não me surpreenderia ler que a Som Livre também contratasse (sic) a Vice Music, o o Jornal Nacional assumisse ser a versão brasileira da Vice Guide to Everything.
Pronto, a maior rede de comunicação do Brasil passa a ser no Brasil.
Vamos para as consequências, que ultrapassam, e em muito, as simplesmente jurídicas, econômicas, trabalhistas. Elas atingirão ainda mais fortemente a desconstrução da própria nacionalidade. O que a banca, nesta fase de sua dominação planetária, está fazendo é destruir os Estados Nacionais. Tem dúvida? Veja, fora das mídias da banca, o que está acontecendo na Líbia, no Iraque, no Paquistão, na Ucrânia, na União Europeia (em andamento), na Síria (sangrenta tentativa) e a razão da maior onda migratória, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), desde sua criação. Na América do Sul, a banca ataca a Venezuela, onde está a maior reserva de petróleo conhecida, e o Brasil, que além da Amazônia, do nióbio, das terras produtoras de alimentos, também tem a Arábia Saudita em petróleo submarino, o pré-sal.
A educação não se dá apenas na sala de aula. Ela se dá no ambiente em que o jovem frequenta, em sua casa e, cada vez mais, nas redes de comunicação. Ao dominar a comunicação de massa, uma potência domina o presente e o futuro de uma nação. O jovem formada pela Vice Media é, inexoravelmente, o coxinha de amanhã, o alienado suicida que destrói seu país, sua identidade nacional, sem ganhar qualquer outra.
Sem receio, pois se trata de uma colônia, The Wall Street Journal (WSJ) afirma que o foco deste contrato é a atuação sobre a juventude, como pretende a Vice Media. E que espera alcançar 53 milhões de “doutrinados” (viewers), nos canais da Globosat, e, “eventualmente, criar um canal próprio da Viceland”. Também antevê uma expansão das “operações da Vice” no Brasil, mais intensamente fora do eixo São Paulo - Rio de Janeiro.
Meus prezados leitores, não basta o Fora Temer e o Diretas Já, temos que ir às ruas clamando: Independência ou Morte!
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
Não há só uma razão, como é óbvio. Mas entre as mais significativas, no meu entender, está a permanente ausência de um projeto político da construção da cidadania brasileira! Aliás deveríamos até enfatizar que, na preocupação das elites, dos detentores do poder, sempre se buscou o inverso: desconstruir nossa identidade nacional, promover o “vira-latismo”, o desprezo ou a vergonha por sermos brasileiros.
Recordemos que a construção da cidadania, no entendimento de pensadores contemporâneos – como Pierre Bourdieu, Nancy Fraser, Charles Taylor e tantos outros – se dá com a educação, iniciada já no berço e que se prolonga por toda vida. Não é este adestramento meritocrático, que provoca maior discriminação, mas a consciência de si mesmo e, por consequência, de seus humanos semelhantes. É a educação da autonomia, da liberdade, de que trata Paulo Freire, ou, também, dos saberes, como descreve Boaventura de Sousa Santos. Esta educação começa na formação da identidade. Se não sei quem sou, se não tenho meus referenciais étnicos, sociais, nacionais, o que serei então? Um boneco, um robô produtivo para outro?
Esta educação da “escola sem partido” tem, na verdade, um partido. E ele nem é um partido nacional, mas uma ameaça que paira hoje sobre todas as nações: a ditadura da banca (o sistema financeiro que se denomina nova ordem mundial). E aliada e cúmplice da banca, que a oculta e se opõe a tudo que lha combata, está a grande mídia. Esta mídia cada vez mais monopolizada, que estudos sobre a comunicação social revelam estar nas mãos de meia dúzia de megagrupos. Ela não é instrumento de informação, muito ao contrário, constitui-se em veículo de doutrinação. A quem se interessar pelo assunto recomendo o trabalho do brasileiro Maximiliano Martin Vicente, “História e comunicação na nova ordem mundial” (UNESP, SP, 2009).
Vejamos, agora, a matéria publicada em The Wall Street Journal (edição on line, 22/06/2017) de Lukas I. Alpert, com o significativo título: "VICE MEDIA assina contrato com Grupo GLOBO do Brasil”.
Primeiro devemos saber o que é Vice Media. De origem canadense, esta empresa se transferiu para os EUA, em 2001, e passou a contar com acionistas como The Walt Disney Company, Hearst Corporation e associação com a 21st Century Fox, de Rupert Murdock, entre outros grupos de empresas voltadas para a comunicação de massa. Tanto que, a Vice também possui a revista Vice, a rede Viceland (TV a cabo), a Vice Music, detentora de diversos selos (labels), a Vice Films, a Vice Book e a “Vice Guide to Everything”, que promete levar a você “uma abordagem nova, mais condensada e divertida da notícia” (!). Entendeu?
Talvez a Globo, como nas pichações no Rio de Janeiro, em 1964 – Chega de intermediários, Lincoln Gordon para presidente –, tenha deixado de ser a porta-voz para ser do próprio dono da voz: o sistema financeiro internacional, a banca.
Não me surpreenderia ler que a Som Livre também contratasse (sic) a Vice Music, o o Jornal Nacional assumisse ser a versão brasileira da Vice Guide to Everything.
Pronto, a maior rede de comunicação do Brasil passa a ser no Brasil.
Vamos para as consequências, que ultrapassam, e em muito, as simplesmente jurídicas, econômicas, trabalhistas. Elas atingirão ainda mais fortemente a desconstrução da própria nacionalidade. O que a banca, nesta fase de sua dominação planetária, está fazendo é destruir os Estados Nacionais. Tem dúvida? Veja, fora das mídias da banca, o que está acontecendo na Líbia, no Iraque, no Paquistão, na Ucrânia, na União Europeia (em andamento), na Síria (sangrenta tentativa) e a razão da maior onda migratória, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), desde sua criação. Na América do Sul, a banca ataca a Venezuela, onde está a maior reserva de petróleo conhecida, e o Brasil, que além da Amazônia, do nióbio, das terras produtoras de alimentos, também tem a Arábia Saudita em petróleo submarino, o pré-sal.
A educação não se dá apenas na sala de aula. Ela se dá no ambiente em que o jovem frequenta, em sua casa e, cada vez mais, nas redes de comunicação. Ao dominar a comunicação de massa, uma potência domina o presente e o futuro de uma nação. O jovem formada pela Vice Media é, inexoravelmente, o coxinha de amanhã, o alienado suicida que destrói seu país, sua identidade nacional, sem ganhar qualquer outra.
Sem receio, pois se trata de uma colônia, The Wall Street Journal (WSJ) afirma que o foco deste contrato é a atuação sobre a juventude, como pretende a Vice Media. E que espera alcançar 53 milhões de “doutrinados” (viewers), nos canais da Globosat, e, “eventualmente, criar um canal próprio da Viceland”. Também antevê uma expansão das “operações da Vice” no Brasil, mais intensamente fora do eixo São Paulo - Rio de Janeiro.
Meus prezados leitores, não basta o Fora Temer e o Diretas Já, temos que ir às ruas clamando: Independência ou Morte!
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado