jornal nacional menosprezou o Bolsonaro
Olá, tudo bem?
Esse podcast é sobre a resposta da Globo ao Bolsonaro.
Bolsonaro disse, ao ser diplomado, que não precisa mais da Globo.
"Vivenciamos um novo tempo, as eleições de outubro revelaram uma nova prática. O poder popular não precisa mais de intermediação", disse ele, ao pregar a democracia direta, um perigo, como se sabe!
Isso foi no início da tarde de ontem, dez de dezembro.
Foi no vapt-vupt a resposta da Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção).
No início da noite, às 20h30, no jornal nacional, que se tornou órgão do Governo do Príncipe da Privataria e do ladrão presidente, e líder da oposição golpista nos governos trabalhistas, no jornal nacional a resposta veio como um murro com luva de pelica.
Ou uma cusparada com sabor menta!
Os filhos do Roberto Marinho desistiram de aderir.
Eles não chegam a ser uns jênios, mas perceberam, com a ajuda do Gilberto Freire com "i" , o recado no discurso do diplomado.
E reagiram.
O jn tratou o Bolsonaro como uma não-noticia, lá para o fim do jornal, quando o pessoal da terceira idade está à espera da novela.
A paginação dos assuntos, ou seja, sua sequência – o mais importante é o que vem primeiro, diz o manual canônico - e a duração das matérias são, na forma, o que o conteúdo ainda vai formular: Bolsonaro, dane-se!
Não é preciso ser um Boni para entender.
Basta reproduzir a sequência dos assuntos:
Às 20:30 começa o jornal nacional com as manchetes que citam, entre outros temas, a diplomação.
Aí vem os seguintes assuntos, nesta ordem:
O médium João de Deus e o Bial.
PCC dá ordens para matar.
Pai de Marielle recebe a medalha Tiradentes.
Conselho Nacional do Ministério Público lança clipe sobre direitos humanos.
Matéria sobre os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Grávida dá à luz sozinha na entrada de maternidade municipal no Rio.
Governo do Ceará afasta todos os policiais envolvidos na morte de reféns de um assalto a banco.
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Intervalo comercial (que já foi muito mais gordo)
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Ajuda do governo alemão para reconstruir o Museu Nacional.
Previsão do tempo (sempre errada).
Teresa May e o adiamento da votação no parlamento inglês.
Presidente da Nissan é indiciado pelo governo japonês.
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Outro intervalo comercial (que já foi muito mais gordo)
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A seguir o bloco da Política (onde, normalmente, entram o Esporte com a selecinha do Galvão e o Brasileirinho do Galvão):
Intervenção em Roraima - 1:50
Prefeito de Niterói preso - 2:00
Balanço da relatoria da Lava-Jato feito por Fachin com repórter ignorado: 2:50
COAF (que descobriu o motorista do bolsomínimo) - 3:53
CNJ não pune Moro- 0:55
E agora...
TSE diploma Bolsonaro - 10:22
Fala de Bolsonaro - 4:09
Fala de Rosa Weber, presidente do TSE, que, por si só, é outro murro no estômago já frágil do recém-diplomado - 3:10
O meio é a mensagem.
Já disse um publicitário famoso.
A Globo está em fase terminal.
Ela não tem como resistir ao avanço da tecnologia e à concorrência internacional.
Mesmo que o eleito tivesse sido o Santo do Alckmin, ou o Meirelles, a Bláblárina, o Amoedo (e, quem sabe, até o Haddad? ), mesmo assim, a verba da publicidade federal, o Banco do Brasil, o amarelo que ilumina as manhãs da Globo, mesmo assim, o Bolsonaro não salvaria a Globo.
Um governo cúmplice apenas adiaria o amargo fim.
A Globo vai morrer gorda.
Se o Bolsonaro não precisa dela e vai para as redes sociais onde se elegeu, surgem duas questões:
- a Globo tem bala para chegar ao fim do Bolsonaro sem o Bolsonaro?
- as redes sociais e a democracia direta do Bolsonaro seguram o Bolsonaro, se a Globo for para a oposição?
Mas, e a Globo sabe fazer oposição?
Pergunta à Dilma, pergunta ao Lula!