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Podcast: frei Betto é mau conselheiro

O confessor fala pelo confitente?
publicado 06/06/2018
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Olá, tudo bem?

Esse podcast é sobre os conselhos do frei Betto.

O frei Betto é articulista regular dos quadros da Globo Overseas, empresa com sede na Holanda.

E do Estadão, que, um dia, foi o arauto da oligarquia paulista e, hoje, não representa mais nada.

A não ser os bancos credores.

De uns tempos a essa parte, o Presidente Lula voltou a conviver com o frei Betto.

Eles eram muito amigos, a ponto de Lula nomeá-lo para o Fome Zero, germen do bem-sucedido Bolsa Família.

Betto não durou uma semana no cargo.

Depois disso, Betto passou a militar em cima do muro – um dia lulista, outro dia piguista.

Recentemente, Betto reapareceu na vida de Lula.

Naquele comício na porta do Sindicato dos Metalúrgicos, quando Lula disse que ia cumprir o mandado de prisão do Moro.

Foi uma desastrosa decisão, derivada, provavelmente, dos conselhos do José Eduardo Cardozo, advogado-geral da Dilma que não ganhou uma única causa.

E do frei Betto.

Lula não resistiu a bala, como teria feito Corisco.

Nem pediu asilo à embaixada da Rússia, como sugeriram petistas muito mais fiéis ao Lula que os dois acima citados – Cardozo e Betto.

Depois, preso na Polícia Federal de Curitiba, de onde não sairá tão cedo, Lula mereceu duas visitas de Betto.

Nessa última, Betto saiu de lá com uma notícia, digamos assim:

Abre aspas: “Lula deixou claro que não haverá acordo com Ciro.” Fecha aspas.

É possível que tenha sido uma confissão, o desabafo de um encarcerado.

E o confitente tenha confiado na discrição do confessor.

Foi um mau juízo.

Porque o confessor não costuma resistir à ribalta.

Há outra hipótese.

O juízo do confessor se sobrepôs ao do confitente.

E, na rua, a versão do confessor se sobrepôs à do confitente.

Numa ou outra hipótese é possível que se esteja diante de um episódio recorrente de eutanásia política.

Se o confitente de fato não vai fazer acordo político, certo perdeu o senso político.

Porque acredita que será capaz de transferir totalmente seus votos para o Haddad ou o Celso Amorim.

O que não fez na segunda eleição da Dilma, nem fará em 2018.

Porque voto não tem cabresto, como ele sabe, melhor do que ninguém.

E, na hora de votar, o fiel eleitor petista se perguntará: voto em quem está preso ou em quem, solto, vai dar uma banana aos bancos para garantir a educação e a saúde dos meus filhos?

A outra hipótese é o confessor ter atribuído ao confitente suas próprias opiniões.

E aí a questão se reveste de gravidade maior, quase um pecado mortal.

Porque o frei Betto é notoriamente um mau conselheiro.

A ele se deve o lamentável equívoco de o Lula nomear Joaquim Barbosa ministro do Supremo Tribunal Federal.

Onde criou a versão Cármen Miranda do “domínio do fato” para encarcerar o José Genoino e o José Dirceu sem provas.

Com esse pecado, melhor seria se o confitente, na solidão de um confessionário, pedisse ao confessor para ler o Livro de Jó.

PHA