Podcast: frei Betto é mau conselheiro
Olá, tudo bem?
Esse podcast é sobre os conselhos do frei Betto.
O frei Betto é articulista regular dos quadros da Globo Overseas, empresa com sede na Holanda.
E do Estadão, que, um dia, foi o arauto da oligarquia paulista e, hoje, não representa mais nada.
A não ser os bancos credores.
De uns tempos a essa parte, o Presidente Lula voltou a conviver com o frei Betto.
Eles eram muito amigos, a ponto de Lula nomeá-lo para o Fome Zero, germen do bem-sucedido Bolsa Família.
Betto não durou uma semana no cargo.
Depois disso, Betto passou a militar em cima do muro – um dia lulista, outro dia piguista.
Recentemente, Betto reapareceu na vida de Lula.
Naquele comício na porta do Sindicato dos Metalúrgicos, quando Lula disse que ia cumprir o mandado de prisão do Moro.
Foi uma desastrosa decisão, derivada, provavelmente, dos conselhos do José Eduardo Cardozo, advogado-geral da Dilma que não ganhou uma única causa.
E do frei Betto.
Lula não resistiu a bala, como teria feito Corisco.
Nem pediu asilo à embaixada da Rússia, como sugeriram petistas muito mais fiéis ao Lula que os dois acima citados – Cardozo e Betto.
Depois, preso na Polícia Federal de Curitiba, de onde não sairá tão cedo, Lula mereceu duas visitas de Betto.
Nessa última, Betto saiu de lá com uma notícia, digamos assim:
Abre aspas: “Lula deixou claro que não haverá acordo com Ciro.” Fecha aspas.
É possível que tenha sido uma confissão, o desabafo de um encarcerado.
E o confitente tenha confiado na discrição do confessor.
Foi um mau juízo.
Porque o confessor não costuma resistir à ribalta.
Há outra hipótese.
O juízo do confessor se sobrepôs ao do confitente.
E, na rua, a versão do confessor se sobrepôs à do confitente.
Numa ou outra hipótese é possível que se esteja diante de um episódio recorrente de eutanásia política.
Se o confitente de fato não vai fazer acordo político, certo perdeu o senso político.
Porque acredita que será capaz de transferir totalmente seus votos para o Haddad ou o Celso Amorim.
O que não fez na segunda eleição da Dilma, nem fará em 2018.
Porque voto não tem cabresto, como ele sabe, melhor do que ninguém.
E, na hora de votar, o fiel eleitor petista se perguntará: voto em quem está preso ou em quem, solto, vai dar uma banana aos bancos para garantir a educação e a saúde dos meus filhos?
A outra hipótese é o confessor ter atribuído ao confitente suas próprias opiniões.
E aí a questão se reveste de gravidade maior, quase um pecado mortal.
Porque o frei Betto é notoriamente um mau conselheiro.
A ele se deve o lamentável equívoco de o Lula nomear Joaquim Barbosa ministro do Supremo Tribunal Federal.
Onde criou a versão Cármen Miranda do “domínio do fato” para encarcerar o José Genoino e o José Dirceu sem provas.
Com esse pecado, melhor seria se o confitente, na solidão de um confessionário, pedisse ao confessor para ler o Livro de Jó.
PHA