Requião: Eleições e Plebiscito Revogatório JÁ
O Conversa Afiada reproduz convocação do senador Requião, também relator do projeto sobre o abuso de autoridade:
Para se mudar uma realidade, é preciso que a conheçamos em profundidade. A realidade do Brasil, hoje, que é exposta nas redes de televisão, nos jornais e nas rádios é terrível. Mas ela não é uma realidade completa e fielmente representada por essa mídia.
A mídia presta serviços a setores da sociedade. A mídia está a serviço, dos banqueiros, do capital financeiro e dos rentistas. A mídia quer realizar uma involução no Brasil, em favor do livre mercado, do Estado Mínimo e do fim do Estado Social.
Vou dar um exemplo para deixar mais claro.
Temer dá uma entrevista à TV Bandeirantes, e durante esta entrevista diz, com todas as letras e absoluta clareza, que a ex-presidente Dilma foi cassada porque o PT se recusou a vender três votos favoráveis a Eduardo Cunha na Comissão de Ética.
Eduardo Cunha é velho conhecido e parceiro de Temer. Foi uma marionete do processo de impeachment, admitindo-o somente por terem negado sua absolvição, o que era esperado, visto se tratar de um notório criminoso. Cunha foi o principal instrumento do impeachment de Dilma Rousseff.
Erros, complacência e autocomplacência com a corrupção, sem dúvida, existiram. E contaminaram profundamente o PT, PSDB, PP, PMDB e todos os demais partidos.
O famoso powerpoint do procurador Deltan Dallagnol, que apontava Lula como chefe maior da quadrilha, caiu no ridículo, pelo evidente exagero. Tal “análise” apontava o PSDB como agente moralizador da República. Entretanto, a lista de Fachin jogou por terra essa tese, visto que nomes como José Serra, Aécio Neves e outros líderes tucanos foram denunciados no mesmíssimo sistema de complacência e autocomplacência com a corrupção, tendo recebido recursos ilegalmente até mesmo no exterior.
Entendam. Não estou defendendo desvio algum, de nenhum partido, muito menos do PT, do qual sequer faço parte. Sou do velho MDB de guerra, não do PMDB de Eduardo Cunha, Moreira Franco, Padilha e mais. Sou presidente do PMDB no Paraná, que se difere desse PMDB no poder da República, totalmente atolado na lama da Lava Jato.
Não sou cego. É nítido que a corrupção avançou, no Brasil, de maneira sistêmica, em todos os partidos e nos Três Poderes. E por trás dessa corrupção estão justamente os interesses do capital financeiro, que quer privatizar a saúde, a água, a educação e a nossa Petrobrás.
A Petrobrás é titular do petróleo nacional e descobridora do pré-sal. É um pilar do nosso desenvolvimento. Ela está sendo esquartejada e vendida na bacia das almas. Estamos sendo escravizados por um governo fraco que cede a toda e qualquer exigência do capital estrangeiro. Precisamos pôr um ponto final neste caos.
Para sair dessa enrascada, o ponto final são as eleições gerais. Eleição direta para a Presidência da República e para o Congresso Nacional, deputados e senadores, e um plebiscito revogatório, para que, massivamente, o povo e a nação brasileira digam NÃO a todas as medidas tomadas por um governo entreguista que serve única e exclusivamente aos interesses do capital financeiro, em detrimento do trabalho e do capital produtivo do Brasil.
Eleições diretas já, para presidente e para deputados e senadores. E plebiscito revogatório já.