Serra é o Leviatã: meio monstro, meio deus mortal
Amiga navegante de fino trato – vamos dizer que se trate de uma spinozista – ficou aflita com a observação deste ordinário blogueiro no twitter: já imaginou se o Serra controlar a ABIN, a Receita Federal e a Polícia Federal ?
Apavorante, não, amigo navegante ?
A nossa spinozista se amedrontou também.
E sugeriu que este ordinário blog lembrasse aos amigos navegantes alguns conceitos centrais do “Leviatã”, que Thomas Hobbes escreveu em 1651 (em inglês) e em 1670 (em latim).
(Essa amiga navegante sabe de cada uma ...)
Vamos ao Leviatã (a reprodução não é literal).
O único modo de estabelecer um poder comum, que seja apto a defender os homens, é o de conferir o poder à força de um homem que possa reduzir todas as vontades à vontade dele.
Isto é mais do que um consenso ou um acordo: é uma unificação real de todos os homens numa só e mesma pessoa, de tal modo como se cada um dissesse a Leviatã: eu o autorizo e cedo meu direito de governar a mim mesmo a você, Leviatã.
A multidão assim reunida em uma só pessoa denomina-se Estado.
Esta é a origem do grande Leviatã, o deus mortal, que com o terror (e o uso da Receita Federal, da ABIN e da PF – PHA) é capaz de disciplinar a vontade de todos.
E nisso reside a essência do Estado.
É quando os homens concordam entre si submeter-se a outro homem, na confiança de que sejam protegidos dos outros homens.
Não esquecer: o homem é o lobo do homem.
O Leviatã é meio monstro e meio deus mortal.
Vade retro, Satanás !
Paulo Henrique Amorim