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O Serra tem um encontro marcado com o Amaury

Conversei com a minha amiga argentina, que tinha assistido ao debate da Rede TV. Que lástima !, disse ela
publicado 14/09/2010
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Conversei com a minha amiga argentina, que tinha assistido ao debate da Rede TV.

Que lástima !, disse ela.

Não se discute nada.

E que insensatez é essa, trazer o Irã para a pauta se um dos candidatos quer acabar com o Mercosul, aqui, do outro lado do rio ?

Pois é, fiquei quieto.

Pensei com os meus botões.

Quem tem a obrigação de formular, criticar, propor, contestar é a oposição.

O Governo investe no continuísmo, ainda mais que o Governo Lula é um sucesso.

O que a Dilma pensa ?

O que a Dilma quer ?

Aprofundar a PNAD.

E a oposição não tem o que formular.

O Zé Baixaria diz qualquer coisa, sobre qualquer assunto e é sempre de uma obviedade de corar a Marina, a Marina !

O Zé Baixaria reduziu-se à baixaria.

Ao udenismo furioso, sem talento.

Carlos Lacerda era moralista, hipócrita, mas tinha talento.

Lacerda saiu do Governo da Guanabara como dono de um banco, ele que tinha sido comunista e parlamentar a vida toda (o jornal “Tribuna da Imprensa” ganhava menos dinheiro do que os jornais do PiG (*) de hoje.)

Um moralismo que não resistiria a meia hora de twitter, hoje.

Mas, tinha talento.

Ao Zé Baixaria, o da Calúnia, resta o fim melancólico do Marco Aurélio Garcia.

O Serra e o Farol de Alexandria são incapazes de produzir uma metáfora.

Uma frase que você leve para casa.

O sol não brilha perto deles.

Enquanto isso, a água sobe pelas canelas deles.

Vem aí o livro do Amaury.

Preciado, Ricardo Sérgio, Verônicas Serra e Dantas – e todos os esqueletos vão ficar à mostra.

Serra não disputa apenas a presidência.

Ela luta contra o Amaury.

Hoje, o jenio tenta desconstruir o passado – que está inteiro no livro do Amaury.

Serra tem um encontro marcado com o Amaury, no High Noon.

Só que o Gary Cooper é o Amaury

No dia 4 de outubro, o Serra vai se reunir com o Gabeira, o Luiz Paulo Velloso Lucas, o Jarbas e o Aloísio Nunes para fundar um novo partido.

A UDN.

Paulo Henrique Amorim



(*) PiG: Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.