Eduardo Campos: 2014 é Dilma. Bye-bye Cerra
O jornal Valor publica na pág. A16 importantíssima entrevista do Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, aquele que fez uma revolução em Suape e dá de 10 a 0 em Cerra.
O amigo navegante deve ler a entrevista na íntegra.
Primeiro, porque ela é suculenta.
Não há na oposição ninguém que articule uma avaliação do Brasil com a profundidade e a perspicácia de Campos.
No campo do Governo provavelmente também não.
Não se deixe levar, amigo navegante, em segundo lugar, pelos títulos da reportagem.
O Valor fez uma leitura tucano-paulista de Campos.
E este Conversa Afiada pretende percorrer outro caminho.
Campos fez uma crítica implacável à oposição.
“... além de perder três eleições seguidas e não construir uma unidade interna (clique aqui para ler “Alckmin empareda Cerra”), mais grave ainda é não encontrar o mote, o conjunto de ideias que reúna as pessoas e que possa despertar a atenção ao país.”
“ ... o desafio do PSDB e da oposição, hoje, não é ficar só enfrentando o governo. O que propõe para o país ser melhor ?”
“Hoje só o embate, só a critica ... eu não vi vencer eleição nenhuma no Brasil”.
O que adianta o Aécio – que ele não cita – debater se o presidente pode ou não editar medida provisória - “esse debate encanta alguém na feira de Caruaru ?”
Porém, a crítica mais aguda não fica entre as irrelevantes atitudes do senador Aécio Neves.
Elas recaem sobre o Padim Pade Cerra mesmo – que Campos, de novo, não cita.
“A última eleição, que foi uma oportunidade para isso (propor ideias, mudar a vida das pessoas – PHA), discutiu mais o aborto e a fé cristã do que a inflação”
“Quem mais precisa compreender (o resultado da eleição) ?”
“Quem perdeu.”
“A Dilma rapidamente leu as posições que saíram das eleições e se aproximou de valores que estavam sendo questionados. “
E fez isso “na imprensa, política externa, direitos humanos, valores.“
(Campos critica a reintegração de Delubio ao PT, embora não cite Daniel Dantas – clique aqui para ler “O PT tem que se acertar com Daniel Dantas”).
Nesse sentido, Campos cita o artigo em que FHC diz que o PSDB tem que desistir do povão.
Ele lamenta que o artigo tenha sido tomado por essa única frase.
Campos considera que foi um esforço louvável de dar rumo à oposição , mas a oposição não leu o artigo de FHC.
(Nem ela nem ninguém. Só Campos, que o leu duas vezes ...)
O mais importante, porém, é o recado final para o Padim Pade Cerra (que o Valor passa por cima):
“O PSDB não deveria olhar para 2014, porque o jogo de 2014 está, de certa forma, jogado. .. o governo que se sai bem, que faz o dever de casa, se reelege. Nada indica que a presidenta (ele se refere à “presidentA” – PHA) Dilma não chegue a 2014 em condições de ser re-eleita. Se ela por acaso dissesse que não quer mais ... ela tem a seu lado alguém que diz que se dispõe, que é o presidente Lula. O PSDB deveria olhar para mais longe.”
Para onde a vista do Cerra não alcança mais.
O Valor fez que não leu a entrevista que fez.
Por isso, o Conversa Afiada oferece esta modesta colaboração ao amigo navegante.
Esse PiG (*) ...
Em tempo: como faz bem à tosse travar contato com políticos de fora da futrica provinciana de São Paulo.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.