Quem é Bernardo, o homem dos transportes ?
O post “Requião expulsa Bernardo do gabinete e o denuncia ao Ministério Público Federal” provocou irados comentários de amigos navegantes.
Muitos diziam que essa era uma “denúncia requentada”, como se isso a desmerecesse.
Cabe, portanto, fazer alguns esclarecimentos para acalmar navegantes amigos.
O episódio da expulsão do Ministro e de Bernardo Figueiredo do gabinete do então governador do Paraná, Roberto Requião, ocorreu três anos atrás.
Requião não o divulgou.
Encaminhou o problema ao Governo Federal, então liderado pelo Presidente Lula.
O Governo Federal pôs para funcionar os mecanismos usuais de apuração de irregularidades.
E, depois de algum tempo, considerou que não havia irregularidade ou não era tão grave assim.
Foi o que se fez saber a Requião.
Requião entendeu como natural: os instrumentos de auto-correção dos governos costumam agir assim, em qualquer esfera.
Requião, então, denunciou o então ministro do Planejamento Paulo Bernardo e seu acompanhante Bernardo Figueiredo ao Ministério Público Federal do Paraná.
Agora, em abril, no dia 15, uma sexta-feira, quando Brasília e o Senado ficam desertos e os senadores falam para a TV Senado, Requião fez a denúncia, de novo.
Por que tanto tempo depois ?, perguntarão os amigos navegantes.
Requião sofre vários processos judiciais.
Esta mesma denúncia gerou um processo que está no Supremo.
Requião resolveu explicar por que o processam, de que denúncia se trata.
O discurso no Senado foi feito bem antes da escolha de Gleisi Hoffmann para a Casa Civil, o que, portanto, exime o gesto do Senador de tentar interferir na política interna do Paraná.
Na verdade, o discurso do Senador ilumina dois personagens da política brasileira.
Um, o Ministro das Comunicações, alvo, já, de críticas pela forma de conduzir a discussão do marco regulatório do PiG (*) e a banda larga, ou, como se diz aqui, a suspeita de que ele queira vender a Telebrax.
O outro, menos conhecido, é Bernardo Figueiredo.
Operador da área de transporte, desde a privatização feroz do Governo do Farol de Alexandria.
E um notável sobrevivente: ora na empresa privada, ora na atividade pública.
É o mundo encantado das PPPs, as parcerias público-privadas.
Que encanta todos os partidos.
Viva o Brasil !
Em tempo: este ansioso blogueiro ficou curioso: será que o amigo navegante sabe de coisas da ALL que este ansioso blog devesse publicar ? Parece ser empresa estratégica deste novo Brasil !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.