FHC poderia reabrir a questão do sequestro de Rubens Paiva
Livro-Reportagem levemente romanceada de Jason Tércio ("Segredo de Estado - O desaparecimento de Rubens Paiva", da editora Objetiva) descreve um dos crimes bárbaros cometidos por militares hoje anistiados pelo STF.
O deputado trabalhista Rubens Paiva foi assassinado em sucessivas sessões de tortura, numa unidade militar, no Rio.
Os militares hoje anistiados conceberam uma patranha: terroristas interceptaram o carro oficial em que Paiva era conduzido de uma cadeia para outra e, depois de um tiroteio, ele fugiu.
E nunca mais foi achado.
O processo passou por todas as instâncias da Justiça (sic) Militar, que confirmou a versão da patranha.
Oficialmente, portanto, Paiva foi sequestrado.
Estava sob custódia do Estado e nunca mais a família soube dele.
Seria a oportunidade para reproduzir aqui a forma que a Argentina encontrou para encarcerar os torturadores e seus comandantes - apesar de leis de anistia então vigentes.
Clique aqui para ler sobre outra vergonha: o Brasil deixa seus mortos para trás.
O excelente trabalho de Jason Tércio revela na pág. 202 que o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (então, marxista - PHA) trabalhou na campanha do deputado janguista Rubens Paiva.
Escrevia o roteiro dos discursos e acompanhava o candidato num guarda pó de professor para se proteger da poeira.
Hoje, o professor de guarda pó é o Farol de Alexandria que ilumina o PiG (*).
Jamais na História da dita Civilização Ocidental um ex-marxista recebeu tanto espaço na imprensa conservadora e golpista (*).
Ele bem que poderia usar tantos púlpitos para reabrir a discussão sobree seu candidato da juventude, Rubens Paiva.
E aliar- se à corajosa viúva Eunice Paiva para esclarecer a morte do marido.
E fazer Justiça.
Ou FHC poderia ajudar a descobrir onde está Paiva, a acreditar-se na primeira página de O Globo, reproduzida no livro: "Terror liberta subversivo de um carro dos federais".
Ou será que FHC vai mandar esquecer os discursos que rascunhou para Rubens Paiva ?
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.