Alckmin adere ao Bolsa Família. O Padim jamais faria isso
Saiu no Estado online editorial assinado por uma repórter, que, após emitir um sem-número de opiniões (inúteis), informa que a Presidenta Dilma, numa cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, afirmou : a faxina é a faxina da miséria.
Foi na solenidade em que os governadores do Sudeste se comprometeram a aderir ao programa Brasil sem Miséria, através da ampliação do Bolsa Família.
O Governador de São Paulo referiu-se à Presidenta (com "a") e incorporou o programa estadual do Bolsa Cidadã ao Bolsa Família.
Os estados do Rio, do Espírito Santo e, futuramente, Minas farão mesmo.
Há no Sudeste dois milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza.
O Padim Pade Cerra jamais faria isso, fosse ainda Governador de São Paulo.
(Por falar nisso, amigo navegante, diga aí alguma coisa que o Cerra tenha feito no Governo, além daquela ponte cuja maquete ele gloriosamente inaugurou.)
Um dos traços de Cerra como "administrador" é repudiar a obra do antecessor.
Na campanha em que perdeu pela segunda vez, a Presidenta lembrou ao eleitor que, ao chegar ao Governo de São Paulo, Cerra detonou as obras do antecessor, Alckmin.
(Outra característica do "administrador" Cerra é apropriar-se de programas alheios: foi o que fez com o trabalho para combater a Aids e os remédios genéricos.)
O gesto de Alckmin aplica ao Brasil sem Miséria um selo supra-partidário.
Será da Dilma, do Alckmin, do Cabral, do Casagrande - de todos.
Lamentavelmente, Cerra e a mulher jogaram o Bolsa Família na lata de lixo da batalha eleitoral.
Primeiro, Cerra aderiu ao Lula e elogiou o Bolsa Família, a ponto de prometer mundos e fundos - só faltaram bônus de Wall Street aos beneficiários do Nordeste.
Depois, a mulher, a grande estadista chilena, peça central da campanha do marido, foi para a Baixada Fluminense dizer que a Dilma era favorável ao aborto clandestino e que o Bolsa Família estimulava a malandragem.
(Até que uma aluna revelasse que a mulher do candidato da TFP tinha feito aborto no Chile.)
Alckmin tira o Bolsa Miséria da sarjeta em que se trava muitas vezes a política de São Paulo.
Ou o Cerra não é mais suspeito de detonar o Rossi ?
Em tempo: o Farol de Alexandria foi receber a Presidenta no Palácio Bandeirantes. O que indica que ele está muito mais preocupado com as honrarias do ócio do que com o futuro do Padim.
Paulo Henrique Amorim