Narcotráfico: o que a ALCA do FHC queria de nós
O ansioso blogueiro está em Guadalajara, México, para participar da cobertura dos jogos Pan-Americanos pela Record.
E acompanha todas as manhãs o jornal El Universal, o mais conservador do país e nem por isso inepto, como os do PiG (*) brasileiro.
O Universal publicou reportagem sobre uma investigação do Ministério da Justiça americano com dados de três mil agências governamentais.
Os americanos concluíram:
- os narco-traficantes mexicanos são os mais "competitivos";
- os traficantes mexicanos controlam a oferta (sem produzir um grama de cocaína), a logística e a venda de droga nos Estados Unidos;
- a organização de Joaquín El Chapo Guzmán - o cartel de Sinaloa - é hegemônico: está em todas as regiões do território americano;
- outro grupo muito forte são os Zetas, possivelmente de origem guatemalteca;
- a guerra entre El Chapo e os Zetas foi o que provocou 85 mortes em quinze dias em Veracruz, recentemente.
- El Chapo tem conseguido entrar no mercado americano com toneladas de cocaína, além de grandes quantidades de heroína, maconha e metanfetamina.
O Prêmio Nobel de Literatura, o peruano Mario Vargas Llosa, chamou de "a ditadura perfeita" o regime político com que o partido PRI governou o México em quase todo o século passado.
Recentemente, no Universal, ele considerou que o narco-tráfico tinha vencido a guerra contra o Estado mexicano e, por isso, o PRI ia voltar ao poder:
Favorece fracaso antinarco regreso del PRI: Vargas Llosa
Dice que da la impresión que los cárteles van ganando en México y eso favorece el regreso al poder del PRI, al que calificó de "detestable"
El escritor Mario Vargas Llosa, premio Nobel de Literatura 2010, consideró un “fracaso” la guerra en México que emprendió el gobierno de Felipe Calderón Hinojosa en contra del narcotráfico, lo que —dijo— facilitará el regreso del PRI a la Presidencia de la República.
“La lucha emprendida con gran coraje del gobierno mexicano contra las mafias ha fracasado estrepitosamente”.
Vargas Llosa señaló que en la lucha anticrimen del presidente Calderón Hinojosa “da la impresión” de que los cárteles del narcotráfico van ganando.
“La violencia que ellas (las mafias) imponen es la que está en la actualidad”, indicó Vargas Llosa.
Aseguró que el fracaso de ese combate le abre la puerta al regreso al poder del PRI, partido que calificó de “detestado y detestable”.
El cual “puede volver al poder por elecciones limpias. ¿Qué pasó?, ¿qué es lo que ocurrió?, ¿por qué ese fracaso de un país que todo parecía indicar que iba a ir más bien hacia adelante?”.
O México assinou com os Estados Unidos e o Canadá o acordo comercial do NAFTA.
O PRI estava no poder.
Os presidentes eram o Salinas de Gortari (que entregou a telefonia ao Slim, como o FHC entregou ao Dantas) e Bill Clinton - que passou uma descompostura no FHC em público, e ele não se defendeu, nem o Brasil.
O Farol de Alexandria deixou tudo pronto para pendurar a ALCA (outro NAFTA, mais amplo) no pescoço do sucessor.
Lula e seu grande chanceler Celso Amorim conseguiram evitar - é o que Amorim conta em seu livro.
Se o plano de FHC (e do Cerra e da Chevron) tivesse dado certo, ia ser assim, como o México depois do NAFTA.
Eu tomo a tua Independência e você me dá a cocaína.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.