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Presidenta, diz à Merkel como é que se faz

Saiu no New York Times: A Alemanha não conseguiu vender todos os títulos que levou ontem ao mercado: 1/3 encalhou.
publicado 24/11/2011
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Saiu no New York Times:

A Alemanha não conseguiu vender todos os títulos que levou ontem ao mercado: 1/3 encalhou.


Na pág. A4 do Valor, o Ministro Mantega anunciou que a economia brasileira retomou o ritmo de crescimento e entrará em 2012 “em franca aceleração”.

Ele acredita que a economia cresça, este ano, 3,2% e, ano que vem, entre 4,5% e 5%.

No Brasil Econômico, pág 9, Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional, informa que o aperto da Dilma funciona: União cumpre meta de superávit com antecedência.

“No acumulado do ano até outubro, o superávit soma R$ 87 bi, 95% da meta fixada para 2011.”

A preocupação agora não é fiscal, mas com o crescimento da Economia ano que vem.

A meta de crescimento da Economia para o ano que vem, diz ele, é 5%.

(Agora, a Urubóloga corta os pulsos ...)

Navalha

A Alemanha não é mais “a ilha de estabilidade”, diz o New York Times.

Por que será ?

Porque os bancos europeus (e muitos americanos) estão descapitalizados.

Com a água no pescoço.

E não compram nem títulos da Merkel revestidos de ouro.

Vendem, para se capitalizar.

A Ângela Merkel, o último bastião do neolibelismo (*), começa a sentir o calor.

A fórmula neolibelista (*) clássica – sufoca o freguês (Grécia, Itália, Espanha, Portugal) para ele pagar a dívida – deu com os burros n’água.

Não adianta a Merkel resistir.

Se continuar nesse neolibelismo (*) furioso, o “mercado” vai acabar por demitir ela, como fez com o Zapatero, o Berlusconi e, breve, o Sarkozy.

A Alemanha vai ter que aceitar um Banco Central Europeu como emprestador de última instância e um título de toda a Europa que banque e capitalize todos os europeus – com dinheiro, sobretudo, da Alemanha.

A Merkel é engraçada: ela quer exportar com o Euro da Grécia, mas não quer que a Grécia cresça.

Tem re-capitalizar a Europa e fazer a Europa crescer.

Crescer.

Dar emprego.

Incluir.

Distribuir renda.

Botar a economia para rodar !

Presidenta, dá um pulinho a Berlim e explique como as cosias funcionam.

(Aproveite para ir ao Pergamon, antes que a Turquia leve de volta.)

 




Paulo Henrique Amorim


(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.