O kit gay e o aborto. A hipocrisia tem pernas curtas
Na campanha de 2010, os cerristas – a mulher dele à frente – atacaram Dilma por defender uma política de Saúde para proteger a mulher – especialmente a mulher pobre – diante da dramática opção de ter que fazer o aborto.
A posição de Dilma não era essencialmente diferente daquela que “o melhor Ministro da Saúde do mundo”, segundo um cerrista, adotou.
Cerra governou sua candidatura a Presidente quando governava São Paulo.
Então, baixou um kit gay que não é muito diferente daquele que o obscurantismo impediu que Haddad, o melhor ministro da Educação do Brasil, e Dilma distribuíssem.
Que bom !
Cerra Dilma e Haddad adotaram medidas sensatas, em benefício da população – e do bom senso, contra o preconceito e a discriminação.
Só que Cerra é uma fraude.
Ou, como se diz aqui, um jênio !
Ou um psicopata, diz o Luis Nassif.
Aquele monstro que dorme no peito dele, segundo o testemunho isento do Fernando Henrique, porém, o conduz invariavelmente para o Hades, ao Reino da Treva.
E a fraude acaba sendo descoberta.
A mulher dele confessou que tinha feito um aborto.
E o kit gay que ele condenou no Haddad explodiu no colo dele, exatamente quando mais precisava explicar o que não tem – um plano inovador para a cidade de São Paulo.
E, agora, ele ataca furiosamente os jornalistas que o interrogam exatamente sobre a hipocrisia.
Clique aqui para ler “Manual do jornalista que vai entrevistar o Cerra”.
Deu nisso o PSDB de São Paulo.
A barriga de aluguel da elite perdeu a validade.
A elite precisa alugar outra.
Aquele que a Veja chamou de “elite da elite” não resiste ao próprio PiG (*).
Enquanto não acha outra barriga, a elite se protege no Supremo. Clique aqui para assistir à assustadora defesa que um ministro do Supremo faz da intervenção militar (em 1964).
Em tempo: meu amigo Oswaldo Maneschy, dirigente do PDT, informa que o partido desautoriza a súbita adesão de Paulinho da Força à derrotada campanha de Cerra. Seria bom também o PDT do Brizola desautorizar trabalho do Miro Teixeira na CPMI do Robert(o) Civita: proteger a Globo. Sobre o apoio do Paulinho ao Cerra, tanto faz quanto tanto fez.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.