“Xoque de jestão”. Aécio é o nosso Romney
Na pág. 29 desta Carta Capital, Cynara Menezes pergunta a Aécio Never:
– Se o senhor fosse presidente, quais seriam suas prioridades ?
– Eficiência na gestão publica. Não existe nenhuma medida de maior alcance social do que a boa aplicação do dinheiro público.”
Aécio é o nosso Romney.
“Eficiência na gestão pública” é tudo o que a FEBRABAN quer ouvir.
A FI EP (*).
A Associação Comercial de Minas.
Como o Romney, que defendeu a estadualização – um choque de jestão – da defesa contra enchentes e furacões na véspera do Sandy.
E talvez perca a eleição por isso.
O ansioso blogueiro imagina o que seria “um xoque de jestão” no Bolsa Família.
Certamente não seria a “duplicação“ do Bolsa Família que o Cerra - neopopulista - prometeu na véspera da eleição de 2010.
Como não seria a privatização do Bolsa Família para o WalMart, como um amigo navegante desconfia que o Cerra fizesse.
Com o Aécio seria um “xoque de jestão” novo, up to date.
Nomear a Fundação Dom Cabral para gerir o Bolsa Família, o Brasil Carinhoso e o Luz para Todos.
Pedir à Gol do Constantino para administrar o teleférico do Alemão.
E incumbir a Chevron para tocar o pré-sal.
Sim, porque, até agora, tudo o que o Aécio conseguiu reunir em torno de si foram os mesmos cérebros do Fernando Henrique que conceberam a Privatização – e a realizaram.
E o Plano Real que, segundo livro clássico do Luis Nassif, “Cabeças de Planilha”, resultou, por acaso, por um golpe de sorte, num “prêmio” muito especial a um dos cérebros do projeto: o “mineiro” André Lara Resende.
Como o Nassif também é mineiro, bem que o Aécio poderia perguntar a ele a forma que o “prêmio” tomou.
Já que o Aécio não ouve o Mauro Santayana.
Pois, se o fizesse, não diria que sua prioridade é a “gestão pública”, a melhor política social ...
Hayek e Milton Friedman seriam incapazes de tamanho despautério.
Experimente subir lá no Alemão e dizer: quero ser Presidente da República para promover um “xoque !”.
Vai sair correndo.
Não vai dar tempo nem de pegar o teleférico de volta.
Em tempo: antes de promover o “xoque de gestão”, o Aécio Never deveria, primeiro, “abater” o Fernando Henrique. Que se reúne com ele para tomar vinho e, em público, defende o Cerra.
Em tempo2: se o Aécio ouvisse mineiros ilustres, perceberia que não há “xoque de jestão” que dê conta de São Paulo. E São Paulo não vai entregar a rapadura a Minas, nem quando Minas tiver mar.
Paulo Henrique Amorim
(*) O Conversa Afiada prefere se referir à FI EP do ilustríssimo socialista Paulo Skaf. Ele e sua progressista organização, ao lado do prefeito eleito de Manaus e de Fernando Henrique Cardoso, tiraram o remédio da boca das crianças, ao extinguir a CPMF. Uma das virtudes da CPMF era rastrear o Caixa Dois, que, em São Paulo, se chama de “bahani”.