Mercadante: Eduardo se esquece de Arraes e Lula
De entrevista de Aloizio Mercadante a Caio Junqueira e Rosângela Bittar, no Valor, o PiG (*) cheiroso:
"O PT não me deve nada", diz ministro da Educação
Quando Arraes tomou posse em 1963 ele disse o seguinte no discurso: "No Brasil de hoje, como em qualquer outro país em atraso, as lutas sectárias têm que ser evitadas. Do processo da revolução brasileira devem participar todos aqueles realmente interessados na superação da miséria e do atraso". Essa frase é profética, porque logo em seguida a divisão no campo popular levou ao retrocesso histórico, à ditadura (de 1964) que já conhecemos.
Valor: Com que argumento o governo pretende reconquistar o governador Eduardo Campos para a base?
Mercadante: Quando começamos, em 1989, fui com Lula inúmeras vezes a Pernambuco conversar com aquela grande liderança histórica que era [o avô de Campos] Miguel Arraes. Naquele momento tivemos ali uma participação decisiva do PSB de Arraes. A Frente Brasil Popular era PT, PCdoB e PSB. O PSB sempre esteve no governo conosco. O Eduardo foi ministro do Lula, extremamente dedicado ao projeto e o governo dele em Pernambuco é um êxito compartilhado com o esforço que o governo federal fez. Só em investimentos federais foram R$ 60 bilhões: reforma do porto, estaleiro Atlântico, duplicação de rodovia, ferrovia Transnordestina, fábrica de hemoderivados, refinaria, polo petroquímico, a presença da Fiat [o ministro cita de memória todas as iniciativas federais em Pernambuco]. Tudo isso foi construído em um empenho muito grande em levar projetos estruturantes que mudaram a história de Pernambuco. Essa aliança foi muito importante para nós e para o êxito do governo dele. Por isso, no que depender de nós estaremos sempre empenhados em mantê-la.
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E aqui para ver que seu parceiro de conclave no PPS, o Aécio Never, chama de “revolução” o Golpe militar que encarcerou e destituiu seu avô.
Não deixe de ler “Fernando Lyra, o que importa é o rumo”, que trata da distinção entre os do “lado de cá”, “interessados na superação da miséria e do atraso”, os do “lado de lá”, o PiG (*) que deu o Golpe militar e o saudou como se fosse uma “revolução redentora”.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.